Esquerda do PT tenta montar frente parlamentar pela ética

São Paulo (AG) – A bancada de esquerda do PT na Câmara criou o ?campo dos aflitos? e está conversando com outros partidos para fazer uma frente parlamentar pela ética. Alguns parlamentares estudam abandonar o partido e aguardam o resultado das eleições internas, em setembro, para tomar a decisão. Internamente, as correntes de esquerda, que na última eleição para a presidência petista, em 2001, somaram menos de 45% dos 204,5 mil votos, vêem agora a chance de derrotar o Campo Majoritário, corrente que comanda o partido há dez anos, fatigado pelas denúncias que derrubaram seus principais dirigentes.

?Pela primeira vez, consideramos a possibilidade de sair do partido. O PT não é uma igreja. E mesmo de uma igreja você se muda, desde que não mude de fé?, afirma o deputado Chico Alencar (PT-RJ).

De acordo com ele, o ?campo dos aflitos? congrega entre 30 e 35 parlamentares descontentes com a crise agravada esta semana pela descoberta do envolvimento de Paulo Rocha (PT-PA) e João Paulo Cunha (PT-SP) na lista de saques da conta de Marcos Valério no Banco Rural.

?Somos surpreendidos a cada dia. A lista dos deputados e a saída de Olívio Dutra do Ministério das Cidades para dar o cargo a um indicado de Severino Cavalcanti são os dois pregos novos da nossa via-crúcis?, queixa-se o deputado.

O ?campo dos aflitos? tem conversado com deputados do PSol, de acordo com a deputada Luciana Genro (PSol-RS).

?Na Câmara, estamos conversando com os deputados. Quem quer se manter à esquerda sabe que o PSol ainda é um partido em construção. É um caminho natural. Mas todos devem esperar o PED (Processo de Eleições Diretas) do PT para ver como fica a situação?, explica Luciana, que foi expulsa em 2003 do PT, que é presidido pelo seu pai, Tarso Genro.

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