A segurança e confiabilidade da urna eletrônica foram garantidas hoje por especialistas em informática de universidades federais. Eles descartaram qualquer possibilidade de o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para Segurança das Comunicações, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), modificar votos na eleição deste ano.
Cabe ao órgão, ligado à Presidência da República, controlar o programa de criptografia, que serve para embaralhar os votos. É responsável também pelo programa de segurança no transporte dos dados das seções eleitorais para o setor de totalização de votos. ?Não há como a Abin alterar os resultados das urnas?, garantiu Ricardo Felipe Custódio, supervisor do laboratório de segurança em computação da Universidade Federal de Santa Catarina.
Ele e outros técnicos de universidades, partidos políticos e da Justiça Eleitoral analisarão durante toda esta semana o sistema da urna eletrônica e sua segurança.
Doutorado em criptografia no Canadá, o holandês Jeroen Anttonius do laboratório de computação científica da Universidade Federal de Minas Gerais, afirmou que não existem motivos para desconfiar da segurança do programa que embaralha os dados. ?Eu acredito que a urna é segura, mas é possível fazer algumas mudanças para convencer a população de que ela é segura?, opinou o especialista.
Uma dessas modificações começará a ser implementada nesta eleição, com a impressão de 6% dos votos. Em 2004, essa impressão será obrigatória em todas as urnas. Com a impressão, o eleitor poderá conferir se o voto digitado por ele foi de fato assimilado pela máquina.
O assessor técnico do PT na área de informática Moacir Casagrande disse que o partido tem plena confiança na urna eletrônica. ?Falar que a Abin poderia fazer ingerências no sistema é falta de conhecimento técnico?, disse. ?O PT acha a votação eletrônica muito melhor do que a tradicional?, concluiu o especialista.
