Especialista atribui à alta velocidade maioria dos acidentes em rodovias

São Paulo – A principal causa de acidentes nas rodovias brasileitas é a alta velocidade com que muitos motoristas trafegam pelas estradas do país. A afirmação foi feita nesta terça-feira (18) pela engenheira Cristina Baddini, integrante da Comissão de Trânsito da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), durante o lançamento do livro Trânsito no Brasil ? Avanços e Desafios. Segundo ela, nos últimos dez anos, a situação se agravou, com o aumento do número de mortos em acidentes nas rodovias.

Ela chamou a atenção também para o que se gasta com acidentes nas rodovias: R$ 22 bilhões por ano. Segundo a ANTP, os gastos com acidentes de trânsito chegam a R$ 28 bilhões, quando se somam as depesas com os que ocorrem nas cidades, que ficam em torno de R$ 6 bilhões.

Para Cristina Baddini, uma das autoras do livro, outro fator é o estado das rodovias, com buracos, elevações, falta de acostamento, asfalto ruim. "O estado das rodovias também prejudica bastante?, disse ela, que, no livro, escreveu sobre o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) e a situação nas rodovias federais, estaduais e municipais brasileiras.

De acordo com a engenheira, os acidentes nas rodovias são mais graves, ?devido à velocidade, principalmente quando ocorrem nas rodovias. Em contrapartida, acrescentou, ?nas cidades acontecem mais acidentes, mas menos graves e com menos mortos?. Cristina destacou também algumas inadequações nas estradas: ?Às vezes [a rodovia] não tem acostamento e o limite de velocidade é 110, 120 quilômetros por hora?.

Outro fator problemático é quando as rodovias passam dentro das cidades. ?Os problemas maiores se dão quando as rodovias cortam as cidades, o que também é muito ruim, porque há pedestres tentando atravessar as rodovias ou circulando pelo acostamento. Da questão institucional, o que se verificou é que a incompatibilidade entre os órgãos municipais e os órgãos que gerenciam as estradas faz com que o tratamento destas rodovias seja bastante ruim.?

Cristina Baddini lembrou que o Fundo Nacional de Segurança de Trânsito (Funset), criado em 1998 e composto de 5% do total arrecadado com multas em todo o país, é destinado à segurança e educação de trânsito, mas ressaltou que a maior parte de seus recursos está retida pela União.?Estamos clamando há anos para que se libere o Funset e se aplique esse dinheiro na redução de acidentes?.

O diretor da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), Horácio Cata Preta, que também participou do lançamento do livro, também defendeu a liberação da verba do Funset. ?Esses 5% deveriam ser utilizados para educação e segurança do trânsito, que é hoje o nosso grande problema?, disse Cata Preta.

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