O espanhol Gerard Lobert Lorene, de 31 anos, foi barrado nesta terça-feira (11) à noite no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, Ceará. "O senhor não vai entrar no meu país porque não tem um endereço fixo para ficar aqui no Brasil", disse o agente da imigração. O espanhol falou que pretendia ficar 90 dias na praia de Jericoacoara, no litoral oeste cearense e, com ajuda de um outro espanhol, afirmou que ao chegar à cidade iria procurar uma pousada. "O senhor vai voltar ao seu país pelos mesmos motivos que os brasileiros estão voltando da Espanha", disse o agente. Lorene voltou no mesmo avião que veio.

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O delegado federal Thomas Wlassak, titular do setor de migração da Polícia Federal (PF) no Ceará, afirmou que o espanhol não tinha endereço fixo, reserva de hotel e também não tinha dinheiro suficiente para o tempo que pretendia ficar. "Não nos interessa receber um turista com essas características no Brasil", disse o delegado.

A superintendência da PF em Fortaleza chegou a marcar para hoje uma coletiva de imprensa para falar sobre o episódio, mas foi orientada pela superintendência de Brasília a não se pronunciar sobre o assunto. "Todas as informações estão concentradas em Brasília", disse o assessor de imprensa do órgão no Estado. De acordo com ele, Brasília quer evitar que sejam noticiados termos como "retaliação", o que poderia agravar ainda mais a relação entre Brasil e Espanha. O termo que a PF quer que seja usado para o procedimento é o do "princípio da reciprocidade".

Em nota, a PF informou que o agente responsável pelo controle de imigração constatou que o espanhol não reunia as condições necessárias para permanência no País. "Apesar de possuir cartão de crédito internacional, não apresentou dinheiro em espécie nem declarou comprovante de hospedagem", informou o comunicado. Este ano, segundo levantamento da PF, 60 estrangeiros foram repatriados porque não cumpriram as exigências legais para entrar no Brasil por Fortaleza.

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