Depois de ser derrotado em suas manobras, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), terá seu processo no Conselho de Ética relatado por dois senadores que sempre defenderam o aprofundamento das investigações, Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES). No entanto, a oposição aceitou a indicação do senador Almeida Lima (PMDB-SE) para integrar a relatoria tripartite no processo por quebra de decoro parlamentar. Integrante da tropa de choque de Renan, Almeida Lima foi um dos poucos a sair em defesa do presidente do Senado na sessão de ontem, quando parlamentares de oposição e da base pediram o afastamento do alagoano do cargo.

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Amanhã, peritos da Polícia Federal serão consultados sobre o prazo necessário para concluir a perícia dos documentos sobre a venda de gado apresentados pelo presidente do Senado. A iniciativa foi acertada nesta quarta-feira (4) na reunião dos líderes dos partidos aliados e da oposição com o presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), na qual foram indicados os relatores do processo contra Renan. A expectativa dos senadores é a de que eles tenham o tempo necessário para checar se a venda de gado que teriam gerado a Renan um rendimento de R$ 1,9 milhão em quatro anos realmente ocorreu. Ou, caso contrário, que comprovem serem as frios os recibos e notas fiscais das operações.

Os senadores chegaram ao entendimento sobre a relatoria e o andamento do trabalho nesta quarta-feira à noite, após um dia de impasse sobre os nomes da relatoria. Durante todo o dia, houve o confronto dos dois lados, governo e oposição. Enquanto os aliados de Renan rejeitavam o nome do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) por acreditar que ele está "compromissado" com a condenação do presidente do Senado, os senadores da oposição recusavam-se a aceitar a indicação dos peemedebistas Gilvan Borges (AP) e Almeida Lima (SE). A alegação é a de que ambos querem engavetar o processo.

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