Foto: Lycer Tomaz/Agência Brasil |
Ricardo Izar (dir.) pretende notificar todos até segunda-feira. |
Treze dias depois de abertos no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, os processos contra os 67 deputados acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias começaram a andar ontem com a escolha dos 28 relatores que irão analisar o pedido de cassação do mandato de parlamentares feito pela CPMI dos Sanguessugas.
Agora, o conselho só deverá voltar a funcionar plenamente, ouvindo testemunhas e analisando as defesas dos acusados, depois das eleições de 1.º de outubro. ?Pretendo ouvir as primeiras testemunhas nos dias 3 e 4 de outubro. Espero terminar todos os processo no conselho até dezembro?, afirmou ontem o presidente da comissão, Ricardo Izar (PTB-SP), logo depois de sortear os nomes dos relatores que vão analisar os casos dos 67 deputados envolvidos no escândalo das sanguessugas.
Todos os acusados estarão notificados pelo conselho até a segunda-feira da semana que vem – até ontem apenas 22 haviam sido avisados. A partir daí, será contado um prazo de cinco sessões para que os processados apresentem sua defesa por escrito ao conselho. Como o Congresso está em recesso branco por causa do período pré-eleitoral, o prazo para apresentar a defesa só terminará, na prática, depois das eleições. ?Assim que entregarem a defesa prévia, começo a ouvir as testemunhas. A idéia é criar oito sub-comissões que poderão ouvir três a quatro testemunhas por dia?, disse Izar. Segundo ele, o plenário do conselho deverá ouvir o depoimento dos empresários Luiz Antonio Trevisan Vedoin e de Darci Vedoin, donos da Planam, principal empresa do esquema de venda superfaturada de ambulâncias para prefeituras.
Para evitar pressões, o presidente do conselho optou por escolher os relatores por sorteio. Pelo regimento, nem Izar nem o corregedor da câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), podem ser relatores. As relatorias foram distribuídas entre os 28 integrantes (titulares e suplentes) do conselho. Um grupo de 13 deputados ficou encarregado, cada um deles, de analisar três casos de envolvidos com a máfia das ambulâncias. Outros 13 deputados vão relatar, cada um deles, dois casos de sanguessugas e dois deputados ficaram com apenas um caso, cada um.
Dos 67 processados no conselho, cinco terão seus casos analisados por dois integrantes da CPMI dos Sanguessugas, que fazem parte do Conselho de Ética. O deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), que preside a comissão de inquérito, foi designado relator de Cleuber Carneiro (PTB-MG), Ildeu Araújo (PP-SP) e Wanderval Santos (PL-SP). Já o vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE), cuidará dos casos de Reginaldo Germano (PP-BA) e Jorge Pinheiro (PL-DF).