Os estudantes secundaristas que ocupavam desde a última quarta-feira três escolas em Campinas (SP) deixaram as unidades na manhão desta sexta-feira, 4, para participarem de um protesto unificado em outra escola. Os alunos das escolas Newton Opperman, Glória Aparecida Rosa Vianna e Hugo Penteado Teixeira, todas no distrito de Campo Grande, foram à Escola Estadual Elvira Pardo Meo Muraro contra a suspensão de três alunos após visitarem locais ocupados.
No final da manifestação, ao tentarem voltar para as escolas de origem, a Polícia Militar já estava posicionada para impedir o retorno em cada uma delas. Não houve confronto e nenhuma detenção.
Uma das coordenadoras do movimento estudantil contra a reforma do ensino médio e a PEC que limita gastos públicos nos próximos 20 anos, Vitória Bertouza, afirmou que a ordem agora é manter a mobilização: “Daqui para frente, vamos nos reorganizar. Não é só ocupar escola. Precisamos conseguir ampliar a comunicação com os pais para explicar nosso movimento e o porquê das ocupações. Tentar fazer uma conscientização de todos, pois a maioria dos pais não sabe o que está acontecendo. Mas a reocupação é uma alternativa de luta e nós vamos tentá-la”.
Em nota, a Diretoria Regional de Ensino voltou a afirmar que os 200 dias garantidos por lei no calendário escolar estão mantidos e o conteúdo perdido nas unidades reintegradas será reposto. Já a Polícia Militar informou que foi às escolas e não houve registro de qualquer tipo de incidente. Ainda segundo a nota, toda a operação de reintegração de posse teve o acompanhamento de integrantes do Conselho Tutelar de Campinas e unidades de resgate do Samu e do Corpo de Bombeiros, além dos diretores de cada uma das unidades.
Protesto
Na Escola Elvira Pardo Meo Muraro, a direção suspendeu dois alunos e uma aluna por terem visitado uma unidade ocupada. Os três assinaram uma suspensão de dois dias. Segundo integrantes do movimento, “diante desta flagrante perseguição política e ideológica contra alunos exemplares que não cometeram nenhuma falta, os estudantes resolveram se solidarizar com os colegas e realizar um ato na frente da escola”. A reivindicação era o cancelamento das penalidades e o fim das “perseguições” àqueles que estão se posicionando contra o corte de gastos da educação. A manifestação foi do lado de fora da escola e não interrompeu as aulas.