Escolaridade afeta diretamente PIB, revela estudo do Bird

Habituados a ouvir dizer que a baixa escolaridade trava o desenvolvimento, os brasileiros têm agora um número calculado pelo Banco Mundial (Bird) que ajuda a provar o tamanho do estrago social e econômico. Segundo o banco, o Produto Interno Bruto (PIB) do País deixa de crescer meio ponto porcentual por ano porque um grande contingente de jovens não consegue terminar a escola. Essa porcentagem significa que, em uma geração (40 anos, neste caso), o Brasil deixa de ganhar R$ 300 bilhões, o equivalente a 16% do Produto Interno Bruto.

O estrago e a conta estão no relatório ?Jovens em Situação de Risco no Brasil?, divulgado ontem em Brasília. E os custos são muito mais amplos: violência, gravidez precoce, aids, desemprego abuso de drogas e álcool. Os problemas que cercam os jovens em risco custam caro, tanto em despesas diretas do País quanto no que esse jovens deixam de produzir, para si e para o Brasil.

O diagnóstico do Banco Mundial é duro: ?A baixa acumulação de capital humano permite antecipar uma futura geração que não será competitiva nem na região, nem no mundo?, diz o estudo. ?Não apoiar os jovens é um custo alto para o País. É um grupo sobre o qual o governo tem de pensar mais?, disse a autora do estudo, Wendy Cunningham, economista sênior do Banco Mundial.

Apesar de uma certa evolução – os jovens brasileiros hoje têm, em média, 8,5 anos de estudo, um a mais do que a geração anterior -, a escolaridade no País é considerada baixa. O estudo mostra que o número de jovens que chegam ao ensino superior no Brasil é o menor da América Latina.

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