Escolar fumante é problema grave

Brasília – O inquérito sobre tabagismo entre estudantes de 7.ª e 8.ª séries do ensino fundamental e da 1.ª série do ensino médio (Vigescola), realizado pelo Ministério da Saúde em 11 capitais brasileiras, revela um percentual alto de experimentação de cigarros entre jovens de 13 a 15 anos. Em Porto Alegre, Vitória, Goiânia e Boa Vista, aproximadamente 70% dos jovens experimentam fumar com 13 anos ou menos e em Curitiba, a experimentação precoce chega a quase 80%. O percentual de fumantes regulares nesta faixa etária varia de 21% em Porto Alegre a 10% em Vitória.

Segundo o Ministério da Saúde, o impacto da mídia e a influência de pais fumantes são alguns dos aspectos que influenciam os jovens a se tornarem tabagistas. Dos entrevistados, cerca de 87,3% dos adolescentes disseram ter visto anúncios pró-tabaco nos últimos 30 dias. Entre os que têm pais que fumam, o índice de filhos fumantes varia de 66,4% em Porto Alegre a 42,4% em São Luís. Outro agravante é o acesso fácil ao produto. Nas capitais estudadas, cerca de 40% a 50% dos estudantes relataram que compram cigarros em lojas e botequins ou de vendedores ambulantes.

Os dados sobre o consumo de cigarro foram divulgados pela Organização mundial de Saúde e pelo Ministério da Saúde para marcar o Dia Mundial sem Tabaco. No Brasil, cerca de 200 mil pessoas morrem por ano devido ao tabagismo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o Brasil tem 3 milhões de fumantes com 5 a 19 anos de idade e 90% dos fumantes adultos tornaram-se dependentes ainda nesta faixa etária.

Mas, agora, todo brasileiro que quiser parar de fumar terá acesso a tratamento e medicamentos inteiramente custeados pelo governo federal. O Ministério da Saúde publicou ontem uma portaria incluindo no Sistema Único de Saúde (SUS) o suporte completo para o fumante abandonar o vício: adesivos e gomas de mascar de nicotina, para substituir a dose mínima da substância em quadros de crise de abstinência, e um antidepressivo à base de bupropiona, usado para auxiliar no abandono do fumo.

Os postos de saúde também terão à disposição do fumante um programa de psicoterapia em grupo com profissionais treinados. A portaria é parte da meta do governo de dar prioridade máxima à luta contra o cigarro.

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