O sítio arqueológico descoberto durante as obras para a instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no centro do Rio pode incluir uma loja do século 19 onde eram anunciados para venda negros escravizados. As escavações chegaram a alicerces de um estabelecimento que pode ter servido para a negociação de escravos, informou a concessionária que administra o VLT.
Os achados foram na Avenida Marechal Floriano, no centro antigo da capital fluminense, no escopo das obras da linha 3 do VLT, entre a Central do Brasil e o Aeroporto Santos Dumont.
A área era, no século 19, uma chácara. A suposição é que a loja fosse um armazém, posteriormente substituído por um ponto de comercialização de negros africanos escravizados e de seus filhos, transformados em mercadorias.
O espaço – “uma estrutura circular, construída com blocos de rochas, semelhante a um poço colonial”, conforme descrição dos responsáveis pelo VLT – deve ter funcionado entre as décadas de 1860 e 1870, segundo acreditam os especialistas. Eles se baseiam em anúncios do Jornal do Commercio da época, pesquisados nos arquivos existentes atualmente na Biblioteca Nacional, e em mapas da região.
Bola de ferro. Arqueólogos descobriram também uma bola de ferro que seria usada nas pernas para impedir a fuga de escravos. A coleta está sendo feita no local há um mês, mediante cruzamento com o traçado antigo das ruas da área. O trabalho é supervisionado por especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.