Nova York – As denúncias feitas pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, envolvendo o PT num esquema de pagamento de mesada a parlamentares, são muito "sérias", em especial porque pela primeira vez o PT está diretamente ligado a um escândalo. A avaliação é do cientista político do Eurasia Group, em Nova York, Christopher Garman.

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Segundo Garman, esse novo escândalo pode ter repercussões tanto no curto como no médio prazo. No curto prazo, as denúncias diminuem a possibilidade de o governo conseguir barrar a CPI mista dos Correios, cujo principal envolvido é o próprio Roberto Jefferson. No médio prazo, analisa Garman, resta saber qual será a dinâmica política até o resto do ano. "As repercussões mais sérias são de médio prazo." O governo corre risco maior agora de que esses recentes escândalos de corrupção venham a contaminar a própria imagem do governo, que tem ficado razoavelmente intacta a despeito de todas as denúncias do último mês", afirmou o cientista.

Para ele, o grau de contaminação da imagem do governo dependerá dos desdobramentos do caso e pode, inclusive, afetar preços no mercado e levar a novas quedas de aprovação do governo nas pesquisas de opinião. "Se isso acontecer podemos ter um segundo semestre mais volátil", disse. Para Garman, com a entrevista de Roberto Jefferson a crise do governo "já transbordou". "Acho que vai ter algum tipo de estrago para o governo. É difícil evitar a contaminação da imagem", avaliou.

Segundo ele, agora o governo deverá traçar estratégias para contornar a crise, mas a situação é delicada, e passar a apoiar a CPI mista dos Correios pode também não ser a melhor opção.

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Saída

O governo tem pouco a fazer no momento para tentar sair da crise política e solidificar sua base aliada no Congresso depois das últimas denúncias envolvendo o PT em escândalo de corrução, segundo Garman. "A percepção do Congresso é de que o governo está afundando", disse. "O futuro político e a imagem do presidente estão ligados. Se essas denúncias estiverem corretas é muito sério para o governo", acrescentou o cientista político. Para Garman, a partir de agora, mais do que alianças no Congresso, o governo precisará da aprovação popular. 

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