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ES tem surto de forma mais grave da malária

O Espírito Santo enfrenta um surto inédito da forma mais grave da malária – causada pelo parasita Plasmodium falciparum que, normalmente, só ocorre na Região Norte do País, onde a doença é endêmica. O Estado já registrou 106 casos da infecção por mosquitos Anopheles. Uma pessoa morreu.

Segundo o secretário estadual de Saúde, Ricardo Oliveira, os casos estão concentrados nas comunidades vizinhas de Vila Pavão (86 casos), onde foi decretada situação de emergência, e Barra de São Francisco (20 casos).

As duas comunidades têm uma população grande proveniente de Rondônia. A Vigilância Sanitária acredita que o surto tenha sido causado por um caso importado, embora a hipótese não esteja comprovada.

“O número de casos está aumentando porque estamos na região e estamos identificando os infectados”, explicou Oliveira. “A doença, na verdade, estava circulando ali há uns 30 dias, mas só constatamos na semana passada. Agora, estamos usando inseticida para matar o mosquito e identificando, por meio de uma busca ativa, as pessoas infectadas.”

Com o apoio do governo federal, o Estado montou uma força-tarefa de combate à infecção no município de Vila Pavão. Um laboratório capaz de entregar o resultado do exame em meia hora foi instalado. Carros de fumacê estão percorrendo os municípios da região, aspergindo inseticida.

Com a decretação da situação de emergência, está autorizada também a adoção de medidas administrativas necessárias à contenção do surto, entre elas a aquisição de insumos necessários ao atendimento emergencial da população. Os capixabas estão recebendo repelente e sendo orientadas a usar blusas de manga comprida e calças para se protegerem, além de mosquiteiros.

A prefeitura de Vila Pavão vetou ainda a realização de eventos festivos, religiosos e esportivos – que reúnem muitas pessoas em um mesmo espaço – pelos próximos 30 dias. O objetivo é esperar até que se tenha um quadro mais claro da situação.

Os sintomas mais comuns da malária são febre, fadiga, vômitos e dores de cabeça. Em casos graves, a doença pode causar icterícia, convulsões, coma e morte. A maior parte das mortes é causada pelo P. falciparum, que normalmente só ocorre na Região Norte. As espécies P. vivax, P. ovale e P.malariae geralmente causam formas mais brandas da doença. Quando a infecção não é tratada apropriadamente, ela pode retornar meses mais tarde.

Não existe vacina para a doença. Mas, nas áreas endêmicas, além das barreiras físicas, alguns medicamentos são usados como prevenção.

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Segundo o Ministério da Saúde, em 2016 o País registrou o menor número de casos em 37 anos, 129.243. No entanto, em 2017, o número voltou a subir e foram feitas 194.372 notificações. Neste ano, entre janeiro e junho, houve 92.357 relatos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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