Brasília
(AE) – A deputada Luíza Erundina (PSB-SP) disse que não vai se retratar ao partido por ter saudado, ontem, no encontro de meninos de rua, na Câmara, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, como futuro presidente da República. Segundo ela, o ato não foi impensado, nem emocional e muito menos leviano. Erundina afirmou que faria o mesmo em relação a qualquer outro nome que represente a oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso.“Eu faria isso com qualquer um dos três candidatos de oposição: Lula, Anthony Garotinho ou Ciro Gomes. E se nenhum deles vencer no primeiro turno vão acabar se unindo no futuro”, afirmou. “Nunca escondi do partido que o ideal, a meu ver, é a união de forças em torno de um único candidato de oposição. Isso não é um confronto ao Garotinho (candidato do PSB à Presidência da Repúlblica), nem deveria provocar a crise que está ocorrendo”, afirmou.
A saudação de Erundina a Lula provocou críticas severas de Garotinho, e do presidente regional do partido no Rio de Janeiro, deputado Alexandre Cardoso. Mas na opinião de Erundina sua atitude foi mal-interpretada. Mesmo assim afirmou que não pretende se justificar. “Não sou leviana, não fiz nenhum gesto emocional, tenho um compromisso político e responsabilidade em torno disso e assumo todas as consequências”, afirmou.
Crise
O líder do PSB na Câmara, José Antônio Almeida (MA) tentou amenizar a crise no partido, provocada por Erundina. Sem querer detalhar a maneira como o partido vai tratar o assunto, Almeida afirmou que o que tinha que ser dito já foi feito pelo presidente regional do PSB no Rio de Janeiro, Alexandre Cardoso.
“Não conversei com a deputada, mas acho que foi um ato envolvido pelo clima e pela emoção do momento. Estou aguardando por ela”, afirmou Almeida. Na segunda-feira, o PSB vai realizar sua convenção nacional no Rio para oficializar a candidatura de Anthony Garotinho à Presidência da República. Erundina, no entanto, ainda não decidiu se vai participar do evento, diante da crise no partido.