“Entrada no Carandiru foi necessária”, diz Fleury

O ex-governador de São Paulo Luiz Antonio Fleury Filho afirmou nesta terça-feira, 16, à advogada de defesa, Ieda Ribeiro dos Santos, que a Polícia Militar se reporta ao Secretário de Segurança. “Pelo menos no meu governo era assim.” Segundo ele, em uma época de “40% de inflação ao mês, com 1,5 milhão de desempregados e dívidas de Estado, evidentemente que a investigação (do massacre do Carandiru) deveria ter sido feita como foi, pelos órgãos competentes”, e não pelo governador. “A responsabilidade política do caso é minha. A responsabilidade criminal será decidida pelos jurados”, afirmou.

Exaltado com a pergunta da advogada sobre sua responsabilidade no caso, ele ressaltou: “Governador não é presidente de inquérito. Eu já disse à senhora que tomei conhecimento posteriormente.” Ele afirmou não ter “nenhuma” responsabilidade no caso. O depoimento de Fleury no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, foi encerrado após 30 minutos.

O ex-governador confirmou que daria ordem para invadir o presídio se assim fosse pedido. “Diante de todas as informações que recebi posteriormente, a entrada foi absolutamente necessária e legítima. A omissão da polícia é tão criminosa quanto qualquer ação.”

Segundo Fleury, “o PCC (Primeiro Comando da Capital), que dizem ter sido criado em razão desse episódio, no meu governo era um time de futebol”. “Eu acho que se usa essa justificativa (de o episódio do Carandiru ter originado o PCC) para tentar dar um pouco de glamour ao PCC. É uma organização criminosa, que nasceu criminosa”, afirmou.

O secretário de Segurança à época do massacre do Carandiru, Pedro Franco de Campos, é a quinta testemunha de defesa a ser ouvida nesta terça. Três desembargadores testemunharam, além do ex-governador Fleury.

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