A tarifa de energia elétrica cobrada pela Enersul, em Mato Grosso do Sul, deve baixar 24,92% e não 18,93%, conforme quer a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A sugestão é de representantes da Companhia Vale do Rio Doce e da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia, feita durante audiência pública realizada nesta quinta-feira (13) em Campo Grande, sobre a conta de luz da concessionária de energia.
A alteração na cobrança foi proposta para compensar um erro da Enersul, que resultou em R$ 191 milhões cobrados a mais dos consumidores do Estado durante os últimos cinco anos. Denise Teixeira, representante dos grandes consumidores, afirmou que de acordo com levantamentos feitos pela entidade, existem recursos para que o desconto seja de quase 25%.
Segundo ela, "as perdas técnicas e não técnicas estão extremamente elevadas, aumentando as despesas com o custo operacional. A Enersul repassa R$ 17 milhões ao mês nas contas de todos os consumidores a título de excedentes de perdas, o que é ilegal. Essa cobrança majora em R$ 5,01 o (custo do) quilowatt-hora (kW/h) da energia no Estado".
Técnicos da mineradora Vale constataram que a Aneel calculou a base de remuneração da Enersul em R$ 1,7 bilhão (bruta) e em R$ 779 milhões (líquida). O mesmo calculo, feito pela Vale, chegou na base bruta de R$ 1,6 bilhão e líquida de R$ 679 milhões. A remuneração foi o principal fator que levou a Aneel a autorizar, indevidamente, reajuste de 51% na revisão de 2003, que resultou na cobrança indevida de R$ 191,2 milhões.
O presidente da Aneel, Romeu Rufino, disse que no dia 7 de abril haverá reunião em Brasília para decidir definitivamente a questão.