A apreensão de objetos que estariam sendo utilizados para torturar adolescentes na Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem) de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, feita ontem (7) durante inspeção da Promotoria de Infância e Juventude, chocou representantes de entidades de direitos humanos. Eles querem o fechamento do complexo. “Os meninos que recebemos de Franco da Rocha chegam destruídos emocionalmente e com a saúde mental comprometida”, diz o padre Júlio Lanceloti, da Pastoral do Menor.

A Comissão Teotônio Vilela informou que dará apoio irrestrito à promotoria e responsabilizou o governo do Estado. Para o padre Agostinho, que integra o grupo, o afastamento de 1.300 funcionários da Febem, desde 2001, “só comprova o despreparo de quem lida com jovens”. A Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP solicitou visita a Franco da Rocha.Para Beatriz Affonso, secretária da Comissão Municipal de Direitos Humanos, os objetos provam premeditação da tortura.

Procurada pela reportagem, a presidente da Febem, Maria Luiza Granado, afirma estar “aberta para conversar com os setores da sociedade para garantir o pleno atendimento aos adolescentes”. Em carta ao Ministério Público Estadual, o sindicato dos trabalhadores classificou de “insustentável” a situação de Franco da Rocha e solicitou, “diante da iminência de rebelião”, que um promotor permaneça 30 dias no complexo para acompanhar o atendimento.

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