O presidente eleito, Luis Inácio Lula da Silva, e toda a cúpula do futuro governo receberam hoje pela manhã uma carta em que mais de 100 organizações não-governamentais e movimentos sociais pedem que não sejam aceitas as pressões americanas para incluir transgênicos no Programa Fome Zero.

O documento foi entregue a Lula, ao coordenador da equipe de transição, Antônio Palocci, ao líder do PT na Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), ao senador Eduardo Suplicy (PTSP) e ao coordenador do Fome Zero, José Graziano da Silva.

?As organizações não-governamentais integrantes da campanha ?Por um Brasil Livre de Transgênicos? e do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional estão vendo com muita preocupação a iniciativa tomada pelo governo americano e pelas indústrias multinacionais produtoras de sementes transgênicas junto à equipe de transição do governo eleito?, diz a carta, entregue pelo deputado federal eleito João Alfredo (PT-CE).

No dia 9 de dezembro, o bispo de Duque de Caxias (RJ), Dom Mauro Morelli, que também subscreve o documento, reúne-se com a equipe de transição, quando reforçará o desejo de que o PT mantenha a precaução contra os organismos geneticamente modificados, como consta de seu programa de governo.

?Confiamos que os compromissos assumidos pelo presidente eleito Luis Inácio Lula da Silva em seu programa de governo destacam-se aqui aqueles presentes nas páginas 47 e 48 do caderno ‘Meio Ambiente e Qualidade de Vida no Brasil’, na página 92 do ‘Projeto Fome Zero’, além dos compromissos assumidos junto à campanha ‘Por um Brasil Livre de Transgênicos’ através da enquete respondida em 29/8/2002 e ao Greenpeace em enquete respondida no fim de setembro não serão esquecidos?, lembra a carta.

A Campanha Por Um Brasil Livre de Transgênicos é composta por mais de 50 ONGs e coordenada pelas organizações não governamentais AS-PTA, ACTIONAID Brasil, ESPLAR, IDEC, Inesc, Greenpeace e FASE. O Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional tem na sua coordenação, além de Dom Mauro, Ibase, Polis, Ceris, Fórum Mineiro de Segurança Alimentar e Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos.

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