Por uma questão “não só humanitária, mas também de saúde pública”, o juiz da 2ª Vara de Família de Teresópolis, José Ricardo Ferreira de Aguiar, determinou o enterro de 25 corpos de vítimas das chuvas que estavam acondicionados em um caminhão e trailers frigoríficos. No cemitério Carlinda Berlim, o principal dos cinco da cidade, foram 232 enterros desde a semana passada.

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Pelo Instituto Médico Legal (IML), até o início da tarde de hoje já tinham passado 312 cadáveres. Na condição de bom conhecedor da cidade, o juiz crê que existam “no mínimo quatro vezes mais soterrados” do que os que já foram encontrados. Ele estima que ao menos 30% deles jamais aparecerão.

A maioria dos corpos enterrados hoje – 22 adultos e três crianças – teve a identificação levantada pela equipe de papiloscopistas do IML, da Força Nacional e do Instituto Félix Pacheco. Mas como os corpos não foram reclamados por parentes, o enterro foi determinado pelo juiz. No caso dos sepultamentos de corpos não-identificados, houve coleta de DNA. Com isso, futuramente será possível fazer o confronto com os dados dos parentes que forem em busca de informações.

A partir de agora, segundo decisão do juiz, todos os corpos que chegarem sem que sejam reconhecidos por parentes serão liberados após a coleta de material biológico e das digitais. “Em cerca de duas horas o corpo estará saindo dignamente para ser sepultado. Não há como dar tempo aos familiares porque já estamos num estado de desmanche dos corpos, passou do estágio inicial de putrefação”, concluiu o juiz.

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