O setor de ensino superior privado deve reportar estagnação em número de matrículas este ano na comparação com 2015, segundo projeção do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). O desempenho esperado para este ano é de leve recuo de 0,3% ante 2015 e ainda reflete um cenário de retração no financiamento estudantil pelo Fies, iniciado no ano passado. Em 2015, as matrículas sofreram uma queda de 3,6% na comparação anual, segundo o Semesp.

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A expectativa do Semesp é de que o ensino presencial seja o mais afetado pelo atual cenário. A queda mais profunda nas matrículas presenciais é compensada, em parte, por uma tendência que ainda é de crescimento no ensino a distância.

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O Semesp espera para 2016 um total de 5,65 milhões de matrículas na rede de ensino superior privado ante um número estimado de 5,67 milhões em 2015. Os dados oficiais mais recentes, medidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), são os de 2014. Naquele ano, eram 5,88 milhões de matrículas.

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O Semesp calcula que, em 2015, o ensino presencial sozinho tenha caído em torno de 7,8% ante 2014 e, este ano, a queda esperada no ensino presencial é de 3,2%. Já o ensino a distância continuou crescendo: alta de 13,1% em 2015 e aumento de 9% em 2016.

Fies

As companhias de ensino superior privado estão conseguindo efetivar as matrículas de apenas metade do total de vagas ofertadas pelo programa de financiamento do governo federal, o Fies. O dado é de estudo do Semesp, que considerou que parte dos estudantes tem desistido dos estudos por conseguirem financiar apenas uma pequena parcela das mensalidades.

Segundo o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, ajustes recentes nas regras do Fies reduziram a sobra de vagas que vinha sendo reportada desde o ano passado, mas ainda assim há dificuldades para preencher todos os assentos.

O Fies ofertou 75 mil novos contratos para este segundo semestre de 2016. Segundo os cálculos do Semesp, regras um pouco mais flexíveis adotadas nesta segunda metade do ano permitiram que mais estudantes aptos se inscrevessem e deixassem a sobra de vagas em 26%. Mesmo assim, a expectativa da entidade é que alguns dos inscritos deixem de efetivar as matrículas, elevando esse nível de sobra para 50%.

Esse efeito é explicado porque o Fies passou a financiar uma parcela menor da mensalidade, sobretudo para estudantes de maior renda. Antes das reformas de 2015, a maior parte dos financiamentos era de 100% das mensalidades. “Grande parte dos estudantes se desinteressa ao ver que o financiamento vai ser de uma parcela menor”, afirmou Capelato. “A efetividade das matrículas tem sido pior, por mais que tenhamos aumentado os inscritos”, concluiu.