A cheia do Rio Acre, que banha Rio Branco, já atinge 31.165 pessoas, cerca de 10% da população da capital acreana. O rio sobe diariamente e chegou ontem a 16,68 metros, nível recorde. As aulas foram suspensas em 32 escolas públicas que estão servindo de abrigo para as vítimas. Há bairros sem água potável e energia elétrica.
Segundo a Comissão Municipal de Defesa Civil, as águas invadiram 7.791 imóveis. Um total de 861 famílias, ou 3.444 pessoas, está nos abrigos improvisados pela prefeitura e as demais estão em casa de parentes ou amigos.
O prefeito Raimundo Angelim decretou situação de emergência há uma semana e estuda decretar estado de calamidade pública como forma de atrair socorro do governo federal.
A cheia não poupa nem bairros de classe média, como o Conjunto Habitasa, onde moram o senador Tião Viana (PT) e os pais do governador Jorge Viana. Mas é na periferia que se concentra a maioria dos desabrigados.
"Quando o barco chegou para me buscar, a água já estava batendo no telhado", conta a dona de casa Raimunda Lima de Souza, moradora do Bairro 6 de Agosto. Ela está abrigada desde o dia 12 em uma das 53 barracas de lona preta armadas na quadra do Ginásio de Esportes Álvaro Dantas. Só salvou o fogão e um colchão.