O empresário André Veloso Micheletti teve a prisão preventiva decretada pela Justiça nesta quarta-feira, 10, após se envolver em um acidente na Rodovia dos Imigrantes, na noite desta terça, que terminou com dois mortos (leia aqui a decisão). O Judiciário entendeu haver indícios de que Micheletti disputava um racha no momento do acidente e agiu de forma imprudente ao conduzir em alta velocidade, o que teria contribuído para a batida. A prisão não tem prazo para ser encerrada.
A decisão foi tomada pelo juiz Edson Nakamatu, da Comarca de São Bernardo do Campo. O magistrado sustentou que testemunhas informaram que Micheletti dirigia a cerca de 200 km/h, “havendo a informação de que disputava ‘racha’, tendo colidido com outro automóvel, cujos ocupantes acabaram se ferindo gravemente, sendo que duas das vítimas vieram a falecer”. O empresário deverá responder pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado e direção de veículo com habilitação cassada.
“Há elementos suficientes de que o investigado teria assumido o risco de produzir o resultado fatal, pois tudo indica que desenvolvia velocidade incompatível e muito acima do permitido no local de intenso tráfego”, escreve Nakamatu na decisão tomada nesta quarta.
Ele elencou as razões pelas quais decidiu pela prisão preventiva do motorista: além da reprovabilidade social da conduta e o clamor público causado, o magistrado disse que a prisão é necessária para “garantia da ordem pública, para conveniência da instrução processual e para assegurar a aplicação da lei penal”
O acidente aconteceu na altura do Km 30 da rodovia, no sentido litoral-capital. Durante o suposto racha em que participavam um carro Mercedes, dirigido por Micheletti, e outro veículo não identificado, o empresário teria perdido o controle e atingido um veículo Ecosport, onde duas pessoas morreram. Duas crianças com idade de um e dois anos tiveram ferimentos graves, um no fígado e outro com problema pulmonar. Elas foram encaminhadas para hospitais da região.
A reportagem tentou contato com o advogado Wagner Roberto Ferreira Pozzer, que representou Micheletti na audiência de custódia, mas foi informado, em contato telefônico com o escritório Rubens Naves Santos Júnior Advogados, no qual ele trabalha, que ele se encontra em férias.