O empresário do ramo farmacêutico Ildeu de Oliveira Magalhães foi preso na manhã de hoje, em Belo Horizonte, durante operação conjunta do Ministério Público Estadual (MPE), das polícias Militar e Civil, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Justiça.
Magalhães preside o laboratório Hipolabor Farmacêutica, com sede em Sabará. O laboratório foi investigado por adulteração do anestésico cloridrato de bupivacaína, suspeito de provocar a morte de pelo menos duas mulheres e reações neurológicas em outros pacientes no ano de 2006.
Durante a Operação Panaceia foi cumprido também o mandado de prisão temporária contra o farmacêutico Renato Alves da Silva, apontado como sócio de Magalhães. Os alvos da força tarefa eram a Hipolabor e outras duas empresas do grupo. A suposta organização é suspeita de crimes como sonegação fiscal, formação de cartel, quadrilha, lavagem de dinheiro, fraude à licitação e adulteração de medicamentos.
Conforme o MPE, Renato Alves e outros farmacêuticos foram denunciados pelas mortes de duas pacientes do Hospital São João de Deus, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. O farmacêutico foi acusado formalmente por falsificação e adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e crime contra a saúde pública. Em março de 2006, Zélia Ferreira Elpídio e Jenicleide Silva passaram mal depois de se submeterem a uma cesariana e uma cirurgia no útero, respectivamente.