O empresário Luiz Carlos Barreto disse nesta sexta-feira (17) ao corregedor do Senado, senador Romeu Tuma (DEM), que o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), teria intermediado a compra de duas rádios e um jornal, numa negociação secreta com o usineiro e ex-deputado federal João Lyra, conforme denúncia da revista Veja. "O empresário confirmou a presença de Renan na intermediação do negócio, mas não apresentou prova de participação do senador alagoano na suposta sociedade secreta", destacou.

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Segundo o corregedor, o empresário não pôde passar detalhes a respeito da venda já que não teria participado ativamente da negociação. "O Luiz Carlos disse que quem estava a frente das negociações era seu sócio, Nazário Pimentel, que deverá ser ouvido em Sergipe, onde reside", destacou Tuma, que vai ouvir também o empresário Tito Uchoa, que é primo e assessor de Renan, em Alagoas. Uchoa foi denunciado por Lyra de ser o "laranja" de Renan na "sociedade secreta".

"O Tito estava viajando, por isso não foi ouvido em Maceió, mas hoje ele apareceu no meu gabinete em Brasília e deixou uma carta dizendo que está à minha disposição para prestar depoimento", revelou Tuma, ao deixar a sede do semanário Primeira Edição, onde ouviu, por quase duas horas a portas fechadas, o depoimento de Barreto, que continua atuando na área de comunicação. Segundo Tuma, Tito Uchoa quer também ser acareado com o usineiro João Lyra.

"Ele prefere ser ouvido em Brasília, porque sairia fragilizado ao depor em Maceió", comentou o corregedor, referindo-se a Uchoa que de acordo com Lyra foi o representante de Renan na sociedade secreta para a compra dos veículos de comunicação que pertencia a Pimentel e Barreto. Segundo o usineiro, o negócio foi fechado por R$ 1,3 milhão, sendo que ele entrou com a metade do dinheiro e Renan com a outra metade: R$ 650 mil, pagos em parcelas, algumas em dólares.

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O corregedor disse que ainda não sabe quando será tomado o depoimento de Tito e de Nazário Pimentel. "Vou passar o final de semana analisando toda a documentação recolhida em Maceió e na próxima segunda-feira divulgaremos os próximos passos", afirmou Tuma, que ficou de retornar ainda nesta sexta-feira (17) a São Paulo, onde reside. Para o corregedor, a sua viagem a Maceió foi positiva, mas ele evitou comentar se já há indícios da participação de Renan nessa negociação.

"Eu preciso ouvir o Tito Uchoa, porque até agora toda documentação é assinada por ele e pelo preposto de João Lyra, para saber a que ponto o senador Renan tem participação direta nesse negócio", comentou Tuma. Segundo ele, mesmo que não seja conseguido prova documental da participação de Renan na negociação, mas as provas testemunhais serão levada em consideração. "O relatório final levará em consideração todas essas circunstâncias", concluiu o corregedor.

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