Empresário confessa fraude

Brasília – A Polícia Federal encontrou indícios de fraude logo no primeiro contrato sobre o qual se debruçou, nas investigações sobre as atividades do ex-chefe de departamento Maurício Marinho, afastado do cargo após denúncias de corrupção. O contrato destinava-se à compra de 93,4 mil pares de tênis, ao preço de R$ 3,9 milhões. A Lei de Licitações prevê que as propostas sejam apresentadas em cartas lacradas, com vitória para quem oferecer o menor preço. Marinho, porém, preferiu método pouco ortodoxo: reuniu os quatro concorrentes em sua sala e intermediou acordo para que eles, em vez de disputarem entre si, dividissem a encomenda, cobrando preço único mais vantajoso para todos.

O procedimento foi confessado ontem em depoimento do diretor da Comercial Marluvas, Denilton José da Silva, um dos quatro empresários que participaram do acordo. A reunião para o acerto foi realizada em 12 de abril, um mês antes da divulgação de irregularidades nos Correios.

Denilton não disse quanto os concorrentes teriam de pagar de propina a Marinho. Mas o delegado Luiz Flávio Zampronha, encarregado do inquérito, entende que já há caracterização de crime: ?É proposta inusitada, pois retira todo o caráter de competição previsto na Lei de Licitações?. Os três outros integrantes do cartel serão ouvidos nos próximos dias.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo