Morreu ontem às 17h30 em Piracicaba, a 162 km de São Paulo, o empresário Abel Pereira, acusado de participar da máfia dos sanguessugas. Seu advogado, que o acompanha há mais de 20 anos, Sérgio Luiz Pannunzio, disse que Pereira estava com depressão em razão das acusações. "Não havia nenhuma prova contra ele, tanto que não foi aberto inquérito e não foi apresentada denúncia, mas isso a imprensa não noticiou", afirmou o advogado. O empresário sofreu um enfarte 30 minutos depois de começar a jogar uma partida de futebol.

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Segundo Pannunzio, Pereira tinha boa saúde e tinha realizado exames no Instituto do Coração (Incor) há pouco tempo, mas não foi constatado nenhum problema mais grave. "Tanto que ele não tomava nenhuma medicação", disse. Na avaliação do advogado, o empresário andava muito triste e preocupado com os efeitos da acusação sobre seus três filhos. "As pessoas da cidade se afastaram e os negócios também tiveram uma queda vertiginosa", afirmou. Pereira era empresário do setor de construção civil e, segundo Pannunzio, tinha muitos clientes multinacionais, que deixaram de fazer negócios com ele após as acusações.

Abel Pereira foi acusado por Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam empresa que teria coordenado a máfia das sanguessugas, de receber propina pela liberação de recursos no Ministério da Saúde em favor da Planam na gestão do ex-ministro Barjas Negri, no governo Fernando Henrique Cardoso.

O corpo do empresário está sendo velado no Velório do Cemitério da Saúde, em Piracicaba. O enterro acontecerá após às 13 horas.

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