Empresária acusa funcionários da Infraero de participar de esquemas de corrupção

Brasília – A empresária Silva Pfeiffer reiterou nesta quinta-feira (21) à Comissão Parlamentar de Inquérito do Apagão Aéreo do Senado suas denúncias de que existiriam esquemas de corrupção ligados a obras de aeroportos administrados pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), incluindo-se o favorecimento de empresas de publicidade por funcionários da empresa. Sílvia era sócia da empresa Aeromídia, que mantinha contratos de veiculação de mídia com a Infraero.

Segundo a empresária, esse esquema seria operado em aeroportos como os de Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e Maceió. De acordo com a empresária, os maiores favorecidos com os esquema eram funcionários da Infraero que recebiam propina para beneficiar empresas em licitações.

O superintendente da Infraero no Paraná, Mario Macedo, é acusado pela empresária de beneficiar empresas em licitações da Infraero. A Aeromídia fez vários pagamentos ao superintendente, segundo ela.

?Foram passados valores para pagar a faculdade da tia do superintendente [Mario Macedo], Ana Carolina Macedo. Na época era pago mensalmente, foram feitos vários depósitos para Mario Macedo na conta de sua esposa, Idelbrandina Macedo. São valores de R$ 20 mil, R$ 4 mil e R$ 10 mil?, disse.

Ela também citou o nome de Arlindo Lima Filho, diretor comercial da Infraero em Curitiba. Segundo Pfeiffer, ele recebia comissões por meio de seu filho. ?Foi um contrato de três meses da Cultura Inglesa. O filho dele [de Arlindo] era funcionário da Aeromídia e, por meio de seu filho, Arlindo, recebia as comissões. Arlindo indicava clientes para a Aeromídia por meio do filho?, afirmou. Ao ser questionada se tinha como provar a acusação, ela afirmou que tem o contrato que prova esse favorecimento.

Outro funcionário da Infraero citado por Sílvia foi Eurico Loio, assessor especial do presidente da Infraero, que à época era Carlos Wilson. A empresária o acusou de montar esquemas de favorecimento em licitações. ?Ele era um assessor especial, mas era mais do que um diretor de engenharia, coordenava e fazia distribuição de obras e montava os consórcios de empresas inclusive?, disse.

Ela também acusou Loio de favorecer um consórcio de empresas para ganhar licitação de uma obra de saneamento no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Entre as empresas que faziam parte do consórcio está a Sembra, da qual Marcelo Stephanes era o presidente. De acordo com a empresária, Marcelo é filho do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.  Além do assessor especial, Sílvia acusou a diretora de engenharia da Infraero em Brasília, Eleuza Terezinha Lores, de participar de esquemas de favorecimento de licitações junto com Loio.

O relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), irá pedir à Polícia Federal a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Pfeiffer e das pessoas denunciadas por ela durante seu depoimento.

Sobre as denúncias feitas pela empresária, o senador disse que é preciso ter cautela. ?Tudo o que ela disse, vamos procurar checar através de informações da Ministério Público Federal, da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União e as quebras de sigilo?, afirmou.

A CPI ainda vai ouvir Sílvia na próxima terça-feira, pois o depoimento teve de ser interrompido porque a empresária passou mal.

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