A empresa Long Jump, responsável pela importação e comercialização no Brasil do brinquedo Bindeez, suspeito de conter substância tóxica semelhante à droga sintética ecstasy, informou nesta segunda-feira (12) ao Ministério da Justiça que fará um "recall" (recolhimento) do produto.
A coordenadora-geral de Assuntos Jurídicos do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça Maria Beatriz Corrêa Salles, disse nesta segunda-feira que, primeiro, a empresa publicará um alerta à população nas emissoras de rádio e televisão e na mídia escrita sobre eventuais riscos do produto para a saúde e pedirá que o Bindeez seja mantido longe do alcance das crianças. A campanha de alerta da empresa deverá começar na próxima quarta-feira.
A Long Jump informou ao DPDC que enviou, no dia 8, exemplares do produto ao Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro) para uma análise específica. Essa análise, segundo a coordenadora-geral, vai durar 15 dias e, se for comprovado risco para a saúde das crianças, a empresa fará o recolhimento dos brinquedos vendidos.
A Long Jump foi intimada pelo DPDC, na quinta-feira passada, a comparecer ao ministério. Representantes da empresa disseram nesta segunda-feira às autoridades da Justiça que o lote de Bindeez trazido para o Brasil é diferente dos lotes fornecidos aos Estados Unidos e Austrália, nos quais foi identificada substância similar ao GHB (ácido Gama-Hidroxibutírico), conhecido como "ecstasy líquido", que causa problemas respiratórios e confusão mental e pode matar.
O DPDC disse não dispor da informação sobre o total de Bindeez vendidos no Brasil. Segundo a empresa Long Jump, os brinquedos das prateleiras das lojas já começaram a ser recolhidos. Maria Beatriz informou que o DPDC abriu averiguação preliminar que pode resultar em processo administrativo. Se ficar comprovado que a empresa violou o Código de Defesa do Consumidor, poderá ser multada em até cerca de R$ 3 milhões.
