A empresa Energética Águas da Pedra (EAPSA), responsável pela construção da Usina Hidrelétrica Dardanelos, afirmou, em nota, estar “surpresa” com a ocupação do canteiro de obras por representantes de diferentes comunidades indígenas. Lideradas pelas etnias Arara e Cinta-Larga, os índios tomaram ontem ao menos 250 funcionários reféns, mas depois os trocaram por engenheiros e gerentes de setor que se ofereceram para ficar no lugar dos trabalhadores braçais da obra localizada no Rio Aripuanã, em Mato Grosso.
De acordo com o comunicado, 250 trabalhadores da obra foram trocados por outros três reféns – a Polícia Militar (PM) fala em cinco empregados – da empresa e a entrega de uma carta assinada pelas lideranças indígenas endereçada à Fundação Nacional do Índio (Funai), na qual pedem reunião em até três dias com a empresa e representantes de diversos órgãos do governo federal, como Casa Civil e Ministério de Minas e Energia, e o Ministério Público Federal (MPF). Eles ameaçam causar danos aos imóveis da usina se suas reivindicações de “de compensação ambiental” não forem atendidas.
“A direção da Energética Águas da Pedra vem a público manifestar sua total surpresa com a invasão do canteiro de obras da usina de Dardanelos, visto que a hidrelétrica não tem impactos diretos sobre as comunidades indígenas, pois está distante das respectivas comunidades 42 km, no caso a etnia Arara, e 80 km, da etnia Cinta-Larga”, afirma o texto.
“A empresa assegura que a usina não está sendo construída em área indígena ou sobre antigos cemitérios indígenas, o que pode ser comprovado nos levantamentos arqueológicos.” De acordo com a empresa, a construção da usina está em fase de conclusão e a geradora já possui duas unidades prontas para início de operação comercial.