São Paulo – As investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoas (DHPP) estão concentradas agora em localizar a ex-empregada doméstica do casal Marísia, de 50 anos, e Manfred Albert Von Richthofen, de 49, assassinados na madrugada da última quinta-feira.

O crime aconteceu na casa da família, no Campo Belo, na zona sul de São Paulo, e a ex-empregada é a principal suspeita. A doméstica trabalhou na casa por apenas um mês. O seu hábito de comentar com outros empregados a vida dos patrões e, principalmente, de criticar os hábitos do filho mais novo, Andreas, levaram a patroa a demiti-la.

“Segundo a Marísia, a empregada era muito inconveniente e implicava com coisas que não lhe diziam respeito”, disse a amiga e paciente da vítima Maria Isabel Smith Junqueira. Maria Isabel fazia terapia com a psiquiatra Marísia havia um ano e, em uma das sessões, comentou que estava tendo problemas com sua empregada.

A psiquiatra revelou que não estava gostando do comportamento da doméstica e que a dispensaria. Segundo Maria Isabel, Marísia pagou todos os direitos trabalhistas à empregada, que, inconformada com a demissão, passou a ligar insistentemente para a casa da família pedindo o emprego de volta.

Sentindo-se incomodada, Marísia disse que não seria possível, porque já havia contratado outra empregada. Ela ainda teria ameaçado chamar a polícia se a doméstica continuasse a telefonar. Maria Isabel não sabe quais foram as ameaças feitas pela empregada, mas afirma que a amiga recebeu várias ligações.

A doméstica era bem remunerada e cumpria todas as suas funções corretamente, mas as suas críticas incomodavam toda a família. “Ela (ex-empregada) era do tipo leva-e-traz. Tudo o que acontecia com o Andreas ela contava para o Albert”, contou Maria Isabel.

De acordo com amigos, os Von Richthofen haviam se mudado havia alguns meses de um apartamento no bairro de Vila Santa Catarina, zona sul, e estavam curtindo a nova casa. “A Marísia era uma pessoa muito alegre. Sempre estava de bom humor e me recebia em seu consultório não como paciente, mas como uma amiga. Ela estava muito feliz com a nova casa. Estamos chocados com o que aconteceu, ainda não acreditamos”, disse Maria Isabel.

No dia do assassinato, os filhos do casal, Suzane Luise, de 18 anos, e Andreas, de 15, não estavam na casa. Eles chegaram à residência por volta das 4 horas e acharam estranho as luzes estarem acesas. Ao entrarem, encontraram a biblioteca revirada e chamaram a polícia, que encontrou o engenheiro e a psiquiatra mortos no quarto.

Segundo os filhos, sumiram da casa R$ 8 mil e US$ 5 mil. Próximo à mão de Albert, estava um revólver calibre 38, que ficava guardado em um fundo falso no banheiro. Como a casa da família não foi arrombada e o alarme e as câmeras estavam desligados, a polícia acredita que os autores do crime conheciam bem a residência da família.

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