Brasília – Um dia depois do anúncio de Dilma Rousseff para a Casa Civil, a reforma ministerial empacou. Com a crise política em temperatura cada vez mais elevada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta acelerar as mudanças na equipe e chegou até a adiar a viagem que faria hoje ao Rio. Mas o quadro está tão indefinido que no Palácio do Planalto ninguém se arrisca a dizer qual será o próximo anúncio de ministro, embora o petista Jaques Wagner já tenha sido convidado para a Coordenação Política, hoje nas mãos de Aldo Rebelo (PC do B).
Na prática, o desenho da reforma ainda não foi fechado. Para abafar a crise, Lula precisa fortalecer o PMDB no governo e tirar algumas cadeiras do PT na Esplanada, mas tem enfrentado resistências. A reforma já foi anunciada como ampla, depois virou restrita e agora não se sabe mais qual será o seu formato. O certo é que, enquanto a mudança não vem, Lula fará pronunciamento à nação, em cadeia nacional de TV, para dizer que o seu governo é o que mais combate a corrupção.
As críticas à indecisão do presidente são constantes e partem de todos os lados: do PT ao PMDB, passando pelo PP e PL. No novo lote de fogo amigo, alguns petistas também torceram o nariz para o convite feito a Jaques Wagner, sob a alegação de que ele estaria ?desatualizado? para a Coordenação Política. Entre os aliados, o sentimento é um misto de compasso de espera e descrença.
