O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), em visita oficial à China, teve nesta quarta-feira, 26, uma aula de meio ambiente. Ele foi ao parque Mteng Qinq (em chinês, sonho limpo), para conhecer detalhes de um dos feitos mais impressionantes dos chineses: a despoluição do Rio Suzhou, realizada entre 1988 e 2008.
Foi um projeto de R$ 7 bilhões. Para salvar o rio, o segredo foi cuidar do entorno do Suzhou. Suas margens tinham 3 mil fábricas que eram, até então, o motor da economia de Xangai, a maior cidade da China.
“Todas foram transferidas para um parque industrial, a 50 quilômetros de distância, onde uma rede de tratamento e coleta de esgoto já estava preparada”, explica o vice-presidente da Autoridade de Águas de Xangai, Zhu Shiqin, que apresentou o projeto a Doria.
No grande vazio deixado pelas fábricas, o governo fez obras para impedir o descarte de esgoto e, depois, um novo parque, para proteger as margens. “Conforme as estações de tratamento foram coletando o esgoto doméstico e as fábricas saíram, a água do rio melhorou e os peixes voltaram”, diz Shiqin.
E, então, houve a “sacada”: foi autorizada a construção de condomínios residenciais – com tratamento e coleta de esgoto -, o que disparou a valorização da área. Mais do que um projeto ambiental, a despoluição foi um empreendimento urbanístico, afirma Shiqin.
Tietê e Pinheiros
Comparar Suzhou dos Rios do Tiete e do Pinheiros é inevitável. Questionado sobre a demora de São Paulo em despoluí-los, Doria procurou proteger seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin (PSDB). “Vejo sempre muito interesse do governador Alckmin em encontrar soluções para isso. E soluções exigem dinheiro e contrapartidas do governo do Estado.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.