A partir da próxima segunda-feira, duas ciclovias de São Paulo terão um contador em tempo real da quantidade de ciclistas que usam essas estruturas. O equipamento, inédito no País, tem formato de totem e foi instalado na terça-feira, 19, na Rua Vergueiro, na zona sul, e na Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste.

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A inauguração será no dia em que a cidade completará 462 anos. Os totens vão detectar em tempo real a passagem de bicicletas e exibirão, na tela, o número diário, mensal e anual de ciclistas. Contadores semelhantes são usados na cidade Nantes, na França.

Compostos por leitores magnéticos, os contadores enviam dados para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que vai acompanhar o quadro evolutivo do uso das ciclovias. Os totens foram doados pelo Banco Itaú à Prefeitura. Além dos dois contadores fixos, foi doado também um equipamento móvel.

O produtor de eventos Sandro Max, de 42 anos, aprovou a ideia. “Vai desmistificar a imagem de que ninguém anda de bicicleta nas ciclovias. Ninguém vê a realidade, que é a seguinte: muita gente está usando, sim”. Max, que percorre diariamente a ciclovia da Faria Lima, disse ter notado um aumento recente no número de pessoas que usam a via. “Já cheguei a pegar engarrafamento de bicicletas em um domingo.”

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O porteiro Francisco das Chagas, de 44 anos, trocou o transporte público pela bicicleta e não se arrepende. “Estou fazendo exercício. Andar de bicicleta é menos sufocante do que o trem e ainda vou vendo a paisagem.”

Para o vendedor autônomo Adalberto Abreu, de 53 anos, o equipamento vai servir de “tira-teima”. “Quem diz que ciclovia não é usada tem de ser perdoado, porque não sabe o que diz. A pessoa está julgando, provavelmente, porque nunca viveu a experiência.”

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Em junho do ano passado, um sistema que foi elaborado pelo Laboratório de Inovação da Prefeitura de São Paulo (LabProdam) chegou a mostrar virtualmente, em caráter de teste, a contagem de ciclistas na Faria Lima a partir de uma câmera.

Referência

Luciana Nicola, superintendente de Relações Governamentais e responsável pelo Bike Sampa – sistema de compartilhamento de bicicletas em parceria com a gestão municipal – explica que o totem instalado nas ciclovias custou caro por ser referência internacional. A tecnologia usada pelo contador diferencia, por exemplo, um pedestre de uma bicicleta. O valor do equipamento não foi revelado.

“Queríamos que fosse um contador mais resistente, que não gerasse manutenção para a Prefeitura. Não podia gerar despesa para o poder público. Chegamos a esse contador, que é muito usado lá fora”, afirmou. Segundo ela, por ser um instrumento “isento”, o contador “vai poder mostrar para a sociedade que, de fato, essa ciclovia está sendo usada”.

Em nota, a Prefeitura disse que o objetivo é mensurar a passagem de ciclistas pelos locais e que “as informações obtidas serão usadas para ações de planejamento estratégico, visando a otimizar o projeto cicloviário existente na cidade de São Paulo”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.