Encerrada neste domingo, 27, com feira de troca de objetos no Parque do Ibirapuera, piquenique na Rua Augusta e oficinas sobre hortas urbanas no Centro Cultural São Paulo (CCSP), a Virada Sustentável teve quatro dias de debates e atividades que apontaram para a necessidade de cada cidadão assumir a responsabilidade e fazer a sua parte para preservar os recursos naturais e melhorar a qualidade de vida.

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A Virada, principal evento de sustentabilidade do País, promoveu em sua sétima edição na capital paulista mais de 500 atrações em mais de cem locais da cidade, incluindo palestras, rodas de conversa, oficinas, exibições de filmes, coleta de lixo eletrônico, ocupações literárias, feiras gastronômicas, jogos, contação de histórias, trilhas e sessões de meditação e ioga. O Parque do Ibirapuera ainda recebeu um domo inflável que projetava um vídeo em 360º sobre mudanças climáticas e inovações tecnológicas capazes de mitigar as emissões de gases de efeito estufa.

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“A Virada é uma grande reunião de vários eventos com o mesmo propósito, que é mostrar os desafios que temos pela frente, de uma maneira divertida, festiva e inspiradora”, disse André Palhano, um dos criadores. Para ele, fazer parte na preservação é simplesmente realizar o melhor para o mundo. “São muitas pessoas diferentes pensando e vibrando juntas.”

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Nos dois primeiros dias, as atrações se concentraram no Unibes Cultural. No fim de semana, os shows no Ibirapuera, na zona sul paulistana, tiveram bandas e artistas como Praticatatum, Bangalafumenga, Reggae Little Lions, Banda Mirim e Bloquinho da Alegria.

O evento também reuniu nomes já conhecidos da MPB, como Tulipa Ruiz e Marcelo Jeneci, que se apresentaram juntos anteontem e tocaram canções de seus repertórios solo e também Dia a Dia, Lado a Lado, composta pela dupla em 2009. Coube a Arnaldo Antunes encerrar a Virada na tarde de ontem no Ibirapuera. O cantor apresentou músicas como A Casa é Sua, Meu Coração, Consumado, Põe Fé Que Já É, Não Vou Me Adaptar, além do hit Velha Infância, dos Tribalistas.

Ambos os shows divertiram o público, mas também tiveram tom político. Ao fim da apresentação de Tulipa e Jeneci, parte da plateia começou a entoar gritos de “Fora Temer”. O músico sentou-se no teclado e emendou uma melodia ao som do grito “Ai / Ai, ai, ai / Ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai / se empurrar o Temer cai”.

Arnaldo Antunes também criticou o governo, que chamou de ilegítimo, pela extinção da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca). “É um decreto absurdo, uma agressão a uma conquista de muitos anos”, declarou ao público. Segundo Palhano, os artistas convidados são sempre pessoas alinhadas a uma visão de mundo coerente com o evento.

Público antenado

A professora Rita Maria Rodrigues, de 44 anos, foi ao Parque do Ibirapuera com a sobrinha participar da feira de trocas. Ela trouxe roupas e conseguiu outras peças de vestuário e um livro sobre minimalismo, que, segundo ela, a ajudou na cura do seu quadro depressivo nos últimos anos.

Rita diz que está em fase de “desapego” há quase dois anos. “Participo de grupos de troca na internet, me encontro com pessoas e essa vida minimalista veio para ficar. Eu consegui curar minha depressão durante esse tempo.”

A jornalista Renata Vasconcelos, de 40 anos, reuniu os brinquedos da filha Rafaela, de 9, para “desapegar” na feira de trocas. Agora ela pensa em reproduzir a iniciativa na escola da menina. “Pensei em montar um grupo de mães para mobilizarmos a nossa troca de objetos que não usamos em casa. É uma experiência que deve ser levada para a vida e adotada pelo maior número de pessoas possível”, afirmou.

O americano Justin Hall, de 31 anos, empresário de Washington (EUA), estava no Brasil a trabalho e foi ao Ibirapuera sem saber da Virada Sustentável. “Tudo isso é ótimo. Eu me deparei com esses shows e tendas, com vários tipos diferentes de pessoas e famílias. Estamos interagindo com o povo”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.