No primeiro teste após ser anunciado oficialmente, o Sistema de Previsão e Alerta de Enchentes do governo do Estado de São Paulo falhou ao não prever o transbordamento do Ribeirão dos Aterrados, em Americanópolis, zona sul da capital paulista, na noite de anteontem. O alagamento, na Rua Delfino Facchina, causou a morte de um casal e deixou seis famílias desabrigadas.

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Outras áreas vulneráveis a alagamentos estão fora da cobertura do sistema monitorado pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) desde 13 de outubro. “Hoje não temos todos os córregos sendo monitorados. O sistema não consegue chegar a esse nível de detalhe (de antecipar uma enchente no Ribeirão dos Aterrados, afluente do Córrego dos Zavuvus)”, disse o superintendente do Daee, Amauri Pastorello.

Segundo ele, os técnicos do Daee acompanham os níveis de água nas represas, nos piscinões, rios e maiores córregos da região metropolitana. O volume de chuva e o nível dos cursos d’água são colhidos por 200 estações no Estado.

No lançamento do sistema, porém, a secretária de Estado de Saneamento e Energia, Dilma Pena, afirmou que “cada piscinão, córrego ou rio tem uma estação instalada em pontos estratégicos”. “O córrego que transbordou ontem (anteontem) ainda não é monitorado. Mas pode ser, se julgarmos que é importante”, disse Pastorello.

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Embora não tenha admitido problemas no sistema, o superintendente do Daee afirmou à TV Globo que “a falha não é do equipamento. A falha ainda está no processo de monitoramento”. O sistema fornece informações em tempo real às subprefeituras e à Defesa Civil. Caso o computador aponte para uma tendência de alagamento, os órgãos municipais têm tempo de mobilizar seus serviços.