Notebooks montados com peças usadas e vendidos como novos foram os produtos mais encontrados em uma operação da Receita Federal ontem na Galeria São Paulo, região da Santa Ifigênia, no centro da capital paulista. A Operação Descaminho, destinada a combater o comércio irregular e a sonegação fiscal, investigou dez lojas da galeria e apreendeu 34 caixas de produtos vendidos sem nota fiscal. O valor estimado das mercadorias, segundo a Receita, é de R$ 500 mil. O órgão não informou a quantidade de computadores apreendida.
Cerca de 80 pessoas, entre agentes da Receita, auditores fiscais e policiais militares, participaram da operação, que durou quatro horas. Os fiscais, à paisana, visitaram as lojas abertas, pois não tinham autorização para entrar nos estabelecimentos fechados. Uma das lojas, que não tinha registro de pessoa jurídica, teve toda a mercadoria apreendida. Não há previsão de novas operações.
Sem garantia, os computadores remanufaturados têm valor um pouco mais baixo do que os novos e podem ser reconhecidos por uma etiqueta localizada abaixo do código de barras que identifica o produto. A palavra Refurbished, impressa em uma etiqueta, é um alerta para que o consumidor duvide da procedência do computador e da qualidade do produto. O analista de sistemas Marcelo Cardoso diz, porém, que é muito difícil para o consumidor comum identificar quando um notebook tem peças adulteradas. “A pessoa vê em primeiro lugar a carcaça do produto”, diz. O especialista recomenda, por isso, que o consumidor compre produtos só em lojas especializadas e exija garantias, sobretudo a nota fiscal.
O diretor de Tecnologia e Comunicação da Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL) da Santa Ifigênia, Manoel da Silva Vieira Neto, afirma que “99%” das lojas que integram o comércio de toda a região vendem produtos legalizados. “Os que tiveram mercadorias apreendidas são uma minoria.”
