No quinto ato contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, o Movimento Passe Livre (MPL) decidiu não acatar os pedidos da Polícia Militar e bloqueou, pela primeira vez no ano, a Marginal do Pinheiros, às 20 horas. Mesmo assim, ao contrário do que havia acontecido nas manifestações anteriores do MPL, não havia registro de confrontos até as 21 horas.

continua após a publicidade

No ato anterior, na semana passada, o movimento havia desistido de seguir para a Avenida Paulista, depois que a PM solicitou que a via não fizesse parte do trajeto. A manifestação acabou dispersada na Avenida São João, após mais um confronto entre black blocs e soldados. Sete pessoas foram detidas e pelo menos duas que acompanhavam a marcha ficaram feridas – incluindo o repórter do Estado Edgar Maciel, atingido na perna por uma bala de borracha.

Desta vez, o movimento decidiu oficialmente “bater o pé”. “Não vamos deixar (seguir) na Paulista, em decorrência das obras, e na Marginal por causa do trânsito”, afirmou a major Dulcinéia Lopes, comandante da operação, ainda no Largo da Batata, zona oeste, onde ocorreu a concentração para o ato.

Ela disse que os manifestantes seriam “impedidos” de usar essas vias no trajeto, se tentassem. Mateus Preis, integrante do MPL, avisou a comandante sobre o trajeto previsto e disse que o movimento não recuaria. Na sequência, ficou definido que só a pista local no sentido Castelo Branco seria ocupada pela marcha.

continua após a publicidade

O ato saiu do Largo da Batata às 19h15 e bloqueou a Avenida Brigadeiro Faria Lima, também na zona oeste, no sentido da Ponte Eusébio Matoso. Segundo a Polícia Militar, mil pessoas faziam parte da caminhada. Já o MPL foi crescendo a estimativa e, quando o ato chegou à Marginal do Pinheiros, falava em 10 mil manifestantes. Às 21 horas, a marcha já retornava rumo ao Largo da Batata, onde deveria ser encerrado o ato.