A redução do patrulhamento por causa do corte nos recursos destinados à Polícia Rodoviária Federal (PRF) já foi percebida na prática pelos motoristas que utilizaram rodovias federais dentro do Estado de São Paulo na quarta-feira, 5. Segundo os policiais ouvidos pela reportagem, a medida afeta, principalmente, o trabalho de prevenção a acidentes e crimes.

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“Reparei que hoje não tinha viatura rodando por aqui e por isso tinha muito caminhão invadindo a faixa da esquerda. É preocupante faltar dinheiro até para isso, se nós pagamos pedágios e impostos”, afirmou o administrador de empresas Carlos Canata, de 55 anos, que mora em Arujá, na Grande São Paulo, e pega a Rodovia Presidente Dutra diariamente para trabalhar na capital paulista.

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Na unidade operacional da PRF em Guarulhos, que monitora 35 quilômetros de extensão da Dutra entre Arujá e São Paulo, policiais relataram falta de dinheiro para abastecer as viaturas e disseram que a ordem agora é atender apenas acidentes com vítimas. “Outro dia fui abastecer a viatura e só tinha R$ 1 de saldo no cartão corporativo. O que antes dava para três viaturas hoje só abastece uma”, afirmou um policial que pediu para não ser identificado.

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Na Fernão Dias, veículos da PRF que apoiavam as obras de drenagem e fresagem em trechos da rodovia entre Atibaia e Bragança Paulista, foram retiradas dessa função na tarde de ontem, após o comunicado oficial da corporação. A orientação ao tráfego passou a ser dada exclusivamente pelas equipes da concessionária.

Motoristas relataram que o posto da PRF em Barra do Turvo, na Rodovia Régis Bittencourt, normalmente com ação ostensiva de fiscalização do trânsito, estava inoperante na tarde de ontem. O local é estratégico para fiscalização de armas e drogas que escoam pela estrada, assim como na Dutra, onde os policiais relataram redução drástica nas rondas.

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Em Ourinhos, no interior do Estado, o oficial de cartório Ari Pedroso, de 43 anos, conta que escapou de um assalto no início de maio graças à intervenção da PRF. Ele seguia da cidade paulista para Jacarezinho, no Paraná, pela BR-153, quando percebeu um pneu furado. “Assim que parei e desci do carro, fui cercado por três homens. O que estava armado apontou o revólver para minha mulher, que estava no banco do passageiro. Foi nesse momento que apareceu uma viatura da Rodoviária Federal e os três indivíduos correram para o mato.”

Pedroso contou que os policiais chamaram reforço e foram atrás dos suspeitos, mas não conseguiram prendê-los. O pneu havia sido furado por grampos lançados no acesso à rodovia, provavelmente pelos ladrões. “O fato é que, se a viatura não estivesse passando, não sei o que teria acontecido, por isso preocupa muito se essa redução da fiscalização acontecer realmente”, disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.