São Paulo (AE) – O Hospital das Clínicas de São Paulo suspendeu ontem exames para diagnosticar aids e hepatite por falta de reagentes, mais uma conseqüência da greve dos fiscais de portos e aeroportos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que completa 63 dias hoje. Transfusões de sangue em hospitais da capital também poderão ser interrompidas caso os funcionários da Anvisa não voltem ao trabalho.
Desde o dia 21 de fevereiro, a produção e o abastecimento de diversos medicamentos estão comprometidos pela paralisação, que impede a liberação dos produtos em todos os portos e aeroportos do País. Em São Paulo, a fornecedora de reagentes Scenika informou que já não possui estoque para diagnósticos de HIV e hepatite tipo A, B e C. "Temos quatro solicitações de hemocentros que não podemos atender", afirmou o coordenador de importações da Scenika, Alex Kelm de Andrade.
Para o diretor da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, Dante Mario Langhi Júnior, os pacientes de câncer serão os mais atingidos caso a greve persista. "Eles precisam de transfusão de plaquetas, que têm validade de só cinco dias", explicou.
