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Em silêncio, pais enterram Arthur

O corpo do bebê Arthur Cosme de Melo, atingido por um tiro quando ainda estava no útero da mãe, foi sepultado às 17h10 de nesta segunda-feira, 31, em um cemitério em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele morreu anteontem, após um mês internado.

O velório e o sepultamento ocorreram sob forte comoção. O carrinho motorizado do cemitério chegou à capela às 17 horas. Os pais se sentaram e colocaram o caixão sobre as pernas.

No velório de duas horas, houve cântico religioso. Dezenas de pessoas foram prestar condolências aos pais, a operadora de caixa Claudinéia Melo e Clebson Cosme da Silva.

O transporte do corpo do bebê até a gaveta Foi feito em silêncio, entre lágrimas. O pequeno caixão branco foi depositado na gaveta de número 22, na quadra 10 do cemitério. Abalados, os pais e outros parentes não deram entrevistas.

Tragédia

Claudinéia e Silva moram há um ano e meio na favela do Lixão, em Duque de Caxias. Em 30 de junho, grávida de 39 semanas, ela estava a caminho de um mercado quando foi atingida pela bala perdida.

Perto, policiais militares saíam da favela quando foram atacados a tiros por criminosos. Os agentes dizem que não reagiram.

A grávida foi socorrida, e os médicos constataram que o bebê estava ferido. O parto, marcado para 13 de julho, foi antecipado. Arthur nasceu com os dois pulmões perfurados, teve hemorragia cerebral e fraturas nas vértebras T3 e T4. Se sobrevivesse, poderia ficar paraplégico.

A Polícia Civil afirma que o tiro foi disparado por bandidos. O autor não foi identificado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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