As chuvas que atingem os Estados de Pernambuco e Alagoas desde o fim da semana passada deixaram até ontem 38,9 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas, com efeitos mais fortes nas cidades pernambucanas, que concentraram 90% das pessoas que tiveram de deixar as suas casas em razão das inundações. Cinco pessoas morreram em municípios alagoanos e outras duas em Pernambuco. A situação levou os governadores a decretarem situação de emergência ou calamidade em um total de 40 cidades.

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Na cidade pernambucana de Palmares, onde a precipitação chegou a 192 milímetros nas últimas 48 horas, a população está assustada: 17 mil dos 65 mil moradores tiveram de sair dos imóveis onde residem por causa das enchentes e dos deslizamentos. Três escolas estão funcionando como abrigos.

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De acordo com informações da prefeitura local, a zona rural foi tão atingida quanto a urbana. Há comprometimento de estradas e pelo menos cinco pontes de pequeno e médio porte foram arrastadas pelas águas. Também houve deslizamento de barreiras na zona rural. Existem famílias desabrigadas e desalojadas.

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Uma inundação atingiu um supermercado, que descartou alimentos na rua. Os produtos acabaram disputados entre os moradores.

De acordo com o governo pernambucano, em cada um dos 14 municípios em estado de calamidade será montado um gabinete com representantes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. Anteontem, o presidente Michel Temer sobrevoou as áreas afetadas pelas chuvas e autorizou um empréstimo de R$ 600 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para concluir quatro represas, cuja construção foi anunciada em 2010, quando um outro temporal atingiu o Estado.

Alagoas

Na região metropolitana de Maceió, a chuva diminuiu ontem, favorecendo os trabalhos de buscas. Os bombeiros encontraram ontem o corpo de Romário Alves, de 23 anos, a quinta vítima dos temporais – três pessoas continuam desaparecidas, entre elas um bebê de 6 meses. Todos os óbitos aconteceram na capital.

Ao todo, 26 municípios alagoanos foram afetados pelas chuvas e tiveram estado de emergência decretado pelo governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB). Já são 1.655 famílias desabrigadas e 2.397 desalojadas. “Tem ainda as 750 famílias realocadas só em Marechal Deodoro, onde médicos e enfermeiros retornaram a cidade para oferecer o auxílio de saúde a população”, informou o governo do Estado.

Ontem, a Defesa Civil de Marechal Deodoro, município distante 24 quilômetros de Maceió, ainda retirava moradores das áreas de risco. Banhada pela Lagoa Manguaba, cujo nível da água subiu cerca de 2 metros, a cidade foi uma das mais afetadas. Além dessas localidades, há pessoas desabrigadas nos municípios de Pilar e Rio Largo, ambas na Grande Maceió.

Rio Grande do Sul

Mais de 200 famílias estão desabrigadas ou desalojadas por causa das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. Municípios localizados nas regiões norte, noroeste e oeste são os mais afetados pelas enchentes. Os municípios de Campo Novo, Três Passos, Coronel Bicaco, Tiradentes do Sul, Tenente Portela, Santo Augusto e Cristal declararam emergência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.