Brasília – O réu confesso do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, Rayfran das Neves Sales, confirmou a autoria do crime, mas negou que tenha sido contratado por fazendeiros para matá-la. Em seu segundo julgamento, que começou nesta segunda-feira (22), Rayfran disse que se sentia ameaçado pela missionária. Dorothy foi morta em fevereiro de 2005, em Anapu, no Pará.

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Para o promotor de Justiça Edson Cardoso de Souza, que faz a acusação, a estratégia do réu é tentar inocentar os fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura, conhecido como Bida, e Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como Taradão, que seriam os mandantes do crime. Segundo ele, a tese de que Rayfran estava sendo ameaçado por Doroty Stang não é consistente.

?Nenhuma pessoa de mediana inteligência vai acreditar numa situação como essa: uma pessoa idosa – e ele mesmo [Rayfran] confessa que ela abriu a bolsa para tirar a Bíblia – [não] poderia ameaçá-lo de alguma forma. Essa nova tese tripudia com qualquer bom senso?, afirmou o promotor, informando que irá pedir a pena máxima para o acusado: 30 anos de reclusão.

A acusação irá alegar que Rayfran matou a missionária ?com requintes de perversidade, dolosamente e impulsionado por uma promessa de pagamento?. De acordo com o promotor, Rayfran será acusado de homicídio duplamente qualificado: com promessa de pagamento e recurso que dificultou a defesa da vítima. ?Estamos imbuídos do propósito de confirmar a sentença anterior?, disse Souza.

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O julgamento deve prosseguir até a noite de hoje. Rayfran Sales já havia sido julgado em dezembro de 2005, mas, como a pena excedeu 20 anos de prisão, ele tem direito a um novo júri. Na primeira sentença, o réu foi condenado a cumprir pena de 27 anos de reclusão.