Em Madri, Gilberto Gil diz que Brasil é “uma potência doce”

Madri – O ministro da Cultura, Gilberto Gil, afirmou nesta quarta-feira (13) que o Brasil é "uma potência doce" de cultura, durante sua visita à Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madri (Arco), dedicada este ano ao Brasil e aberta nesta quarta-feira.

Isso se deve, continuou Gil, a "sua diversidade étnica, sua grande dimensão territorial, seu protagonismo na Ibero-américa e sua inserção mundial".

"A arte contemporânea que é feita no Brasil é cada vez mais apreciada como cultura e como valor de mercado, e ao governo brasileiro interessa muito ter um papel de colaboração e de ajuda para fomentar o desenvolvimento dos processos dessa cultura", disse o ministro.

Gilberto Gil ressaltou que "a presença significativa do Brasil em um acontecimento tão importante como a Arco é de um valor extraordinário para o país".

Amanhã, Gil acompanhará os reis da Espanha, Juan Carlos e Sofia, na abertura oficial da feira, que pode ser visitada nesta quarta-feira e se encerrará na próxima segunda-feira, conta com 295 galerias de 34 países.

Mestiçagem da arte

O Brasil é representado com 31 galerias, das quais participam centenas de artistas que pretendem mostrar "uma arte em permanente rearticulação e mestiçagem, com um caráter híbrido muito mais amplo da visão da arte brasileira do que normalmente é visto pelo público internacional", afirmaram em coletiva de imprensa os comissários brasileiros Moacir dos Anjos e Paulo Sérgio Duarte.

Entre os artistas presentes destacam-se o fotógrafo Vik Muniz, o artista multimídia Eduardo Kac e as artistas plásticas Rosangela Rennó e Leonora de Barros.

A participação brasileira na Arco será complementada com várias exposições na capital espanhola, como uma instalação de José Damasceo no museu Rainha Sofia, e fotografias e vídeo-arte de Rosangela Rennó e Eder Santos na Fundação Canal Isabel II.

Recessão espanhola

Os organizadores da feria crêem que a recessão econômica espanhola não provocará queda na assistência de público.

"Não posso dizer que não nos afeta, porque não podemos dar as costas a algo que está acontecendo, mas o colecionador que vem à Arco faz isso com a intenção de comprar e não está tão pendente a vulnerabilidade da economia", afirmou a diretora da feira, Lourdes Fernández.

Em sua 27ª edição, a Arco, que conta com um orçamento de sete milhões de euros, estreou um novo espaço de exposições, onde pela primeira vez acontece o Foro Internacional de Especialistas em Arte Contemporânea.

A feira é aberta em meio a uma polêmica causada pela exclusão de 22 galerias espanholas que haviam participado em 2007 e que em um comunicado qualificaram a negativa da organização como "um atropelo".

Lourdes respondeu às críticas dizendo que "os critérios de seleção são baseados na qualidade e posicionamento das galerias e de seus artistas no mercado internacional".

Das 295 galerias presentes nesta edição, 73 são espanholas.

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