O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, levou três dias após a soltura do ex-presidente Lula para falar a um veículo de imprensa sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir as prisões de condenados em segunda instância judicial. E essa primeira entrevista foi concedida, na segunda-feira (11), à Gazeta do Povo.
O ministro abriu seu gabinete no ministério e falou sobre Lula, STF, possibilidade de reverter o entendimento sobre a segunda instância e futuro da Lava Jato. Mas Moro também comentou sobre vários outros assuntos: os resultados de sua gestão no combate à criminalidade, a investigação sobre o mandante do atentado contra o então candidato Jair Bolsonaro, sua lealdade ao presidente, a possibilidade de concorrer na eleição de 2022, as críticas de que haveria interferência presidencial na Polícia Federal, o pacote anticrime, o “sensacionalismo” que vê em parte da imprensa.
Nesta terça-feira (12), a Gazeta do Povo publicou em texto a íntegra da entrevista com Sergio Moro e outros conteúdos especiais: logo abaixo, um vídeo com os melhores momentos da conversa do ministro com os jornalistas da Gazeta e, ao longo da entrevista, outros vídeos com o resumo das declarações do ministro sobre assuntos pontuais. Ao fim do texto, mais um vídeo – sobre os bastidores da entrevista – e a íntegra da conversa em áudio.
Confira um aperitivo da entrevista.
O grande fato dos últimos dias foi a liberação do ex-presidente Lula. O senhor acha que a libertação dele enfraquece a Lava Jato? O senhor tem um sentimento de frustração por tudo que foi empreendido até esse momento?
Moro: A Lava Jato mudou o parâmetro que nós tínhamos no Brasil de impunidade da grande corrupção. Teve casos anteriores também relevantes. Vamos destacar o caso da Ação Penal 470, do mensalão. Mas a Lava Jato mudou [o parâmetro]. Vimos pessoas que receberam quantidades enormes de suborno e pessoas que pagaram quantidades enormes desse suborno, crimes que duraram quase uma década no âmbito da Petrobras. A Petrobras foi quase destruída, dentre outros motivos, por conta desse esquema de corrupção, que também se expandiu para outros setores. No passado, nós íamos ver esses escândalos nos jornais e jamais com uma resposta institucional no sistema de Justiça. Várias pessoas foram processadas [por causa da Lava Jato], foram condenadas, cumpriram pena, estão cumprindo pena. Parte delas agora foi solta por conta desse novo entendimento… .
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