Em depoimentos, policiais mantêm versão que vítimas reagiram

Apontado pela Corregedoria da Polícia Militar como o principal suspeito por atirar em Paulo Henrique de Oliveira, que estava dominado e desarmado, o soldado Tyson Oliveira Bastiane, de 26 anos, disse no mais recente depoimento que o rapaz atirou nele primeiro e a sua reação foi apenas se defender dos tiros.

A reportagem teve acesso ao inquérito policial-militar que apura o caso. Bastiane prestou depoimento na Corregedoria, no dia 9 de setembro (dois dias depois do crime) e, na condição de indiciado, afirmou que “viu uma lixeira grande se abrindo, e de lá saiu um indivíduo (moreno, de compleição física normal, não se recorda suas vestimentas) portando uma pistola (não sabendo declinar suas características), efetuando disparos em sua direção (não sabendo precisar a quantidade de disparos)… O declarante revidou imediatamente com disparos de arma de fogo (não soube precisar a quantidade”. Já o soldado Silvano Clayton dos Reis, de 31 anos, disse aos corregedores do Estado que ouviu disparos e, depois, viu Oliveira sair detrás de uma lixeira e se jogar no chão.

Durante a ação, Reis afirmou que encontrou a suposta arma de Oliveira, uma pistola de calibre 380, jogada na calçada e guardou na cintura. E quando foi até a viatura tinha a intenção de deixar espaço no banco traseiro para socorrer Oliveira.

“Que a sua intenção, seria ‘limpar o banco’ para socorrer o indivíduo ao pronto-socorro… Que neste mesmo momento viu que não poderia socorrer o indivíduo e voltou para a frente da viatura. Que neste momento a arma de fogo que o indivíduo portava, e que estava em sua cintura, quase caiu. Que então retirou a arma de fogo de sua cintura e passou a segurá-la com a mão direita”, afirmou no depoimento.

Segundo o promotor Rogério Zagallo, os depoimentos dos PMs fariam sentido se não existissem as imagens das câmeras de segurança. “A investigação prova que eles não estão falando a verdade.” Na terça-feira, 15, a Justiça comum decretou a prisão temporária dos 11 PMs por 30 dias. A Justiça Militar fez o mesmo na semana passada. Segundo o promotor, a investigação continua para identificar outros suspeitos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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