O deputado Paulo Rocha (PT-PA) admitiu nesta terça-feira (18) que recebeu R$ 920 mil em 2004 para pagar dívidas contraídas na eleição de 2002 pelo PT do Pará, o qual presidia. Porém, em depoimento do inquérito do mensalão, na a 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, ele negou o esquema do mensalão, suposto suborno pago a parlamentares em troca de voto nos projetos do governo e disse que o pedido de ajuda foi legítimo. "Como dirigente regional fui ao local certo pedir ajuda para pagar dívidas, a tesouraria nacional do meu partido.
Ele explicou que o pedido foi feito ao tesoureiro nacional do partido, Delúbio Soares, e o dinheiro entregue em parcelas à sua assessora, Anita Leocádia, a mando do publicitário Marcos Valério. O dinheiro foi recebido no Banco Rural ou entregue por Simone Cavalcante, executiva das empresas de Valério. Ele disse que R$ 620 mil foram para o PT e R$ 300 mil para o PSB, que integrava a mesma coligação no Estado.
Paulo Rocha disse também ter comprovantes de que tudo foi repassado a quatro credores de São Paulo, Espírito Santo, Brasília e Pará, que produziram material de campanha. "Nada passou pelas minhas mãos", afirmou. Mas na tentativa de proteger Delúbio, Valério e outros acusados no processo, Rocha passou a maior parte do tempo dando respostas evasivas e negou desconhecer a origem do recurso. "Não tenho conhecimento de absolutamente nada, de onde vinham os recursos", disse.