Acuada pelo vazamento de informações sigilosas dentro de sua secretaria, sobre gastos no governo Fernando Henrique Cardoso, a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou neste sábado (29), durante entrevista coletiva na sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que o caso seja uma tentativa de minar sua participação no governo e negou que seja candidata à sucessão do presidente Luis Inácio Lula da Silva. "Eu já disse várias vezes que eu não sou candidata nem me considero", afirmou.
A ministra voltou a dizer que o banco de dados que originou o vazamento e ao qual sua Secretaria é responsável, tem um conceito diferente de dossiê. "Ele (dossiê) é usado para denúncias políticas e isso não cabe em uma democracia, é uma manipulação dos dados para esse tipo de política", afirmou. Dilma aproveitou para defender a secretária Erenice Guerra e descartou a demissão de sua funcionária.
Dilma lembrou que Erenice participou do processo de formação do banco de dados, por meio da Norma 230/06. "Foi uma recomendação do Senado e do Tribunal de Contas da União, em junho de 2005, e depois retroagimos às contas de 2004, 2003 e 2002 a pedido do próprio tribunal".
Com relação às investigações internas, a ministra acredita que em questão de tempo o caso será resolvido. "Eu creio que muita gente viu, ou sabe, e logo teremos um acesso a essas informações", afirmou, lembrando que gastos com transporte e hospedagem (foco do vazamento) são gastos absolutamente normais. "A quem interessa isso? Ao governo não interessa".
CPI
Sobre a possibilidade de depor à CPI do Cartão Corporativo, Dilma disse que iria, caso a comissão apresentasse sugestões ou melhorias para os controles de gastos. "Se não for isso, eu prefiro passar minhas 13, 14 horas dentro do Planalto tratando do PAC", afirmou.
Paraná
A ministra esteve acompanhada do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e recebeu uma lista de reivindicações do empresariado paranaense. Segundo o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo Rocha Loures, o governo federal não fez todos os investimentos que havia garantido. "O Paraná recebeu apenas R$ 80,3 milhões, ou seja, 38,77% do que estava previsto", lembrou.