Nurelvis Joselin, venezuelana de 39 anos, se mudou para o Brasil, mas o emprego continua o mesmo. Enfermeira, ela agora cuida da saúde dos conterrâneos, que migraram para Boa Vista. “É difícil ver as pessoas passando fome, sem perspectiva”, afirma.

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Ela é uma dos 50 profissionais venezuelanos – entre médicos, paramédicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, socorristas e educadores de saúde – recrutados pela prefeitura para atuar voluntariamente nos nove abrigos que recebem imigrantes. “Buscamos e formamos voluntários que falam a mesma língua e mantêm um vínculo maior dentro da comunidade de migrantes”, explica a prefeita, Teresa Surita (MDB).

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Além de Nurelvis, o abrigo Nova Canaã tem duas paramédicas, uma enfermeira, um maqueiro e duas técnicas de enfermagem. “O que posso fazer hoje é ajudar as pessoas por meio da minha profissão”, diz ela. “Não tenho dinheiro, mas um abraço e uma palavra de conforto estarão sempre comigo.”

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Segundo Teresa, esse projeto subsidia a prefeitura com informações sobre o perfil epidemiológico de cada abrigo. “Podemos traçar as ações de saúde específicas para atender a demandas da população migrante.” Segundo dados oficiais, foram confirmados 242 casos de HIV, 292 de sífilis, 62 de malária, 135 de sarampo (além de 91 em investigação) entre os migrantes. Há ainda registro de varicela, hepatites A e B, febre amarela, influenza e meningite.

Atendimento

De janeiro a junho, ainda conforme o município, foram atendidos mais venezuelanos do que brasileiros nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade. São 84 mil pacientes, ante 78 mil do Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.