A mãe de Isabella, Ana Carolina Cunha de Oliveira, completou neste sábado 24 anos. Depois de uma missa reservada pela filha, foi para casa e recebeu os amigos e várias manifestações de apoio, incluindo a de Massataka Ota, pai do garoto Ives Ota, seqüestrado e morto em 1997. Muitas pessoas sugeriram a criação de uma ONG com o nome de Isabella. Ana Carolina aprovou, quer participar. "Gostaria de ajudar outras mães a passar por isso." Sua serenidade chama a atenção. "Sou assim mesmo e continuarei sendo assim, pela minha filha. A vida continua", afirmou.
P – Como está sendo este primeiro aniversário sem Isabella?
R – Vou receber os amigos e a família e gostaria muito que este dia fosse maravilhoso. Estou tentando manter a serenidade.
P – Como consegue ficar tão serena?
R – Não faço esforço. Sou assim mesmo e continuarei sendo assim, pela minha filha. A vida continua. Devo voltar à trabalhar em breve.
P – Acredita que seu depoimento foi fundamental para que a polícia solicitasse a prisão do pai e da madrasta de Isabella?
R – Não obtive nenhuma informação de que o meu depoimento fez com que isso acontecesse.
P – Acha que a resolução do caso vai demorar muito ainda?
R – O processo, em apenas uma semana, caminhou muito bem. Se vai demorar mais um mês, eu não sei. Eu quero que haja o tempo necessário para que se faça a justiça mesmo.
A senhora ainda usa a camisa "Para sempre nossa estrelinha", lembrando Isabella…
A minha filha deveria estar ao meu lado, que é o lugar dela. Mas com certeza está num lugar melhor que a gente agora. Ela deve ter virado uma estrela.
P – Você está recebendo de que forma as manifestações de apoio e os vários pedidos por justiça?
R – Vou receber todas as correntes por justiça com o maior prazer. Não esperava tanta repercussão e tantas manifestações de carinho assim.
P – E o desenho feito pelos colegas de escola de sua filha, que foi entregue na missa (ontem)?
R – Eu nunca esperava passar por isso na minha vida. Não esperava esse tamanho carinho…
P – Como vai ser sua vida agora?
R – Vou levar a minha vida para frente, por tudo que já tínhamos juntas.
P – Isabella faria 6 anos no próximo dia 18. Ia ser feito algo especial?
R – Nós já estávamos programando uma festa para ela. Seria rosa e azul, como ela gostava.
P – Como lidar com a saudade?
R – Isabella sempre foi feliz, ativa e lutou por tudo que queria Não gostava de me ver triste. Não vou sofrer. Eu vou só sentir saudade.