O educador e psiquiatra Içami Tiba, de 74 anos, que morreu na tarde de domingo, 2, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, será enterrado às 16 horas de hoje, no Cemitério do Morumbi, zona sul da capital paulista. A causa da morte não foi divulgada pela família. Tiba estava internado desde o início do ano para tratamento de um câncer. O educador deixa a mulher, Maria Natércia, os filhos Natércia, André e Luciana e dois netos.

continua após a publicidade

Nascido em Tapiraí, no interior de São Paulo, Tiba era filho de imigrantes japoneses que vieram ao Brasil na década de 1930.

Ele se formou em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) em 1968, onde se especializou em Psiquiatria no Hospital das Clínicas. Ali, trabalhou como professor-assistente por sete anos. Por mais 15 anos, deu aulas de Psicodrama de Adolescentes no Instituto Sedes Sapientiae, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo.

O médico também foi o primeiro presidente da Federação Brasileira de Psicodrama, na década de 1970, e diretor da Associação Internacional de Psicoterapia de Grupo, de 1997 a 2006.

continua após a publicidade

O educador escreveu mais de 40 livros, que venderam 4 milhões de exemplares. O livro Quem Ama Educa!, de 2002, foi seu maior sucesso. Também tiveram destaque Adolescentes: Quem Ama Educa! e Homem Cobra Mulher Polvo.

Considerado uma referência no debate sobre educação e na psicoterapia de adolescentes e família, Tiba era um dos palestrantes mais solicitados por professores, pais e empresas.

continua após a publicidade

Em 2004, pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), com o objetivo de apontar o profissional de maior referência e admiração entre os colegas, Içami Tiba foi o primeiro nome lembrado pelos brasileiros e o terceiro mais admirado ou usado como referência na Psicologia, atrás apenas de Sigmund Freud e Gustav Jung.

O educador atuou como colunista no Jornal da Tarde e tinha um programa semanal no canal de televisão Rede Vida.

Repercussão

Nas redes sociais, educadores, sociólogos, políticos e leitores manifestaram seu pesar pela morte do educador.

Ex-secretária municipal de Educação do Rio e atual diretora global de Educação do Banco Mundial (Bird), Claudia Costin foi uma das primeiras a prestar condolências. “É com grande tristeza que informo o falecimento, aos 74 anos, do grande educador e psiquiatra Dr. Içami Tiba. RIP”, escreveu ela.

O cientista político Rudá Guedes Ricci defendeu a maneira como Tiba assumia suas convicções. “Troquei mensagens com ele e, em determinado momento, começou a enveredar por um caminho de punição dos filhos que me assustou. Mas, cá entre nós, todos temos idiossincrasias, não? Içami se expôs, sempre, num País cheio de dissimulação e tentativas de sucesso fácil. Uma perda, portanto, importante. Fico pensativo: quem estamos formando para assumir posturas político-educacionais como as que ele assumia?” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.