São Paulo – Enquanto aguarda decisão da Justiça sobre seu pedido de liberdade provisória, Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho (filho de Pelé), continua preso na sede do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), em São Paulo. Ontem, ele recebeu a visita da mulher de Pelé, Assíria, e da meia-irmã Flávia Coutinho Kurtiz, segunda filha de Pelé fora do casamento, reconhecida em 1994. Assíria afirmou que orou com Edinho e que ele está bem. Flávia – que entrou pela porta dos fundos – ficou cerca de duas horas no Denarc. Os advogados tentam ainda comprovar que Edinho teria cursado uma faculdade no exterior, para garantir cela especial caso ele venha a ser transferido para uma cadeia.
A polícia fez ontem a apreensão de 40 carros na concessionária de Ronaldo Duarte de Freitas, o Naldinho, acusado de chefiar uma quadrilha de traficantes. Os carros foram levados em comboio para a sede do Denarc. Segundo a polícia, o objetivo é desarticular financeiramente a quadrilha e só serão devolvidos os carros comprados de boa-fé por clientes.
A quadrilha movimentaria cerca de uma tonelada de cocaína por mês, trazida da Colômbia e distribuída na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, além de São Paulo e Minas Gerais.
Naldinho e mais outras cinco pessoas presas já foram transferidos para Centros de Detenção Provisória.
Segundo a polícia, gravações telefônicas flagraram conversas entre Edinho, Naldinho e outros integrantes da quadrilha de traficantes. Por isso, ele foi indiciado por associação ao tráfico de drogas. Edinho nega e afirma que é apenas usuário de maconha. Pela lei brasileira, a punição ao usuário é muito mais branda do que a pena imputada ao traficante. Uma das diferenças é que a pena pode ser transformada em prestação de serviços à comunidade.
Além dos carros, policiais do Denarc também apreenderam documentos e computadores numa revenda de Naldinho. Uma foto em que aparece Edinho e Naldinho juntos também foi localizada. A operação de apreensão continuou na Baixada Santista, em outras três concessionárias de Naldinho. O Denarc recebeu sete ligações anônimas de homicídios atribuídos a Naldinho.
?Se o traficante tem bens, só pode ter vindo do tráfico. É importante tirar o poder econômico desses grandes traficantes?, afirmou o delegado Ivaney Cayres, do Denarc. A polícia afirma que Naldinho pertence a uma facção criminosa que teria começado uma guerra para tentar controlar pontos de vendas de drogas de um grupo rival em São Paulo.